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Está a nascer uma horta que dá cor ao Bairro Branco enquanto promove os laços sociais

Criação de uma horta urbana na Caparica está a contribuir para qualificar o espaço público do bairro enquanto fomenta a convivência entre a vizinhança.

 

Inês não costuma colocar as mãos na terra, mas, sempre que pode, traz uma planta para alimentar a horta comunitária que está a nascer no Bairro Branco, na Caparica. Hoje apareceu com um aloé vera, que em breve será plantado no terreno em processo de regeneração.

Na semana passada, foi o Sr. Carlos, jardineiro de serviço, quem “trouxe aos ombros uma bananeira”, recorda Ana Martinho, coordenadora no Centro Social Paroquial do Cristo Rei. Ela, e Maria João Antunes, psicóloga e técnica de intervenção social, foram as impulsionadoras iniciais do projeto “MK – Mexe Contigo”, que ambicionava transformar os canteiros abandonados da Rua da Manobra com hortas urbana, e estimular a convivência entre os moradores a pretexto de cuidar do espaço comum.

Próximo da estação ferroviária do Pragal, entre blocos de habitação social construídos nos anos 70, no âmbito do processo de realojamento do Plano Integrado de Almada, o terreno escolhido para acolher os novos canteiros era até há poucos meses um espaço sem vivência, onde se ia acumulando lixo.

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Horta urbana trouxe nova vida ao bairro.

 

Agora, uma grande variedade de plantas, árvores, flores e hortaliças traz nova cor aos canteiros do Bairro Branco e convoca a vizinhança a cuidar do espaço público. Para além de contribuir para regenerar o logradouro, o projeto está também a fomentar “a criação de laços entre os moradores”, conta Ana Martinho ao ALMADENSE.

Desde fevereiro que moradores e voluntários se reúnem às sextas-feiras para trabalhar os canteiros e, dessa forma, participar na “transformação do espaço”, assinala Maria João Antunes.

Neste bairro de habitação pública, com um contexto social complexo e de maior vulnerabilidade, a pobreza, o desemprego e outros problemas sociais refletem-se também na saúde (física, mental e ambiental). Daí que a iniciativa represente uma “oportunidade para mudar os hábitos e cocriar um espaço de convivência com benefícios ecológicos, pedagógicos e de bem-estar coletivo”, acredita a coordenadora do Centro Social.

 

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Maria João Antunes e Ana Martinho.

 

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Num bairro estigmatizado por problemas sociais, a regeneração do jardim acaba por juntar a promoção da saúde física e mental na comunidade, contribuindo para o processo terapêutico dos participantes. “A mudança de setting de atendimento, promove um acompanhamento mais próximo e continuado”, refere Maria João Antunes, verificando que “esta abordagem, que envolve a população e promove a horizontalidade das relações entre os moradores e técnicos, é vantajosa.” 

A equipa do Centro Social, que obteve o apoio financeiro da Fundação Pão de Açúcar – Auchan para iniciar as atividades, também conseguiu mobilizar amigos de Almada para, voluntariamente, partilharem conhecimentos e experiência em regeneração socio-ecológica e permacultura. Assim se juntaram Emilie Smith Dumont, Duarte Sobral e Hélder Santos Duarte (que já tinha criado uma horta urbana em Almada Velha)

Tendo em conta o contexto que ali se vive, muitas vezes estigmatizado, “esta iniciativa traz ao bairro uma espiral positiva”, diz ao ALMADENSE, Emilie Smith Dumont, destacando a “perspetiva inclusiva e participativa”.

 

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Criação da horta atraiu moradores e voluntários.

 

Também as crianças são um elemento fundamental no projeto. “Percebemos que havia no bairro uma falta de atividades desportivas gratuitas”, o que levou a equipa a criar aulas de capoeira dirigidas sobretudo a crianças e jovens entre os 5 e os 25 anos, aponta Ana Martinho. De resto, as crianças do Centro Juvenil e Comunitário da Associação Padre Amadeu Pinto, localizado junto à horta, envolveram-se nas atividades da plantação à colheita. A “Pizza Party” com os Circolo, e a aula de Kuduro e Afrohouse com o Miguel Graça que animaram a praceta este verão, continuam na memória de muitos deles.

“Iniciativas disruptivas como estas conseguem gerar novas dinâmicas de socialização”, sublinha Duarte Sobral. “Este projeto chamou a atenção das pessoas para os logradouros, estimulou os moradores a cuidarem de um espaço que é deles e, com isso, inspirou a comunidade. Esperamos que possa continuar a dar frutos”, conclui.

 

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https://almadense.sapo.pt/cidade/fratellini-no-monte-da-caparica-fabricam-se-gelados-que-transformam-vidas/

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