Formação almadense lamenta os “ataques do eleito contra o crédito e a honra do PSD e dos seus quadros”. Membro da Assembleia da União de Freguesias de Caparica e Trafaria, David Cristóvão afirma que vai manter-se em funções e que pretende impugnar a decisão da concelhia.
O PSD Almada decidiu retirar a confiança política a David Cristóvão, membro da Assembleia da União de Freguesias de Caparica e Trafaria. De acordo com comunicado enviado às redações, a concelhia social-democrata almadense aponta quatro motivos na base da deliberação: “conduta politicamente desleal; postura incompatível com os valores de rigor e seriedade que o PSD defende; ter atacado publicamente a idoneidade de companheiros do seu partido; e um continuado desrespeito institucional, ao ponto de assumir não se rever no PSD concelhio”.
A concelhia do partido “lamenta os ataques, diretos e indiretos, do eleito contra o crédito e a honra do PSD e dos seus quadros”, acrescentando que “tais ataques são inaceitáveis em política e em relações que devem ser de confiança, porque a lealdade, a confiança e o respeito institucional devem sempre prevalecer em órgãos públicos”, concluindo que “David Cristóvão já não representa o PSD”.
Por estes motivos, a formação almadense aponta que “as posições, opiniões, propostas ou outras ações que o autarca David Cristóvão venha a adotar não representarão nem vincularão” a formação.
Adiantando ter procurado uma relação de articulação e confiança com o autarca, o PSD Almada entende que as tentativas foram infrutíferas. “O eleito quis sempre manter uma posição de afastamento para com o PSD Almada e os seus companheiros, trilhando ideias e estratégias desarticuladas com o partido e restantes eleitos social-democratas”, escreve a formação almadense, no mesmo comunicado.
Eleito contesta “apoio incondicional” ao PS Almada
Já David Cristóvão, membro da Assembleia de Freguesia da Caparica e Trafaria desde 2017, pretende manter as funções como independente e anuncia que vai contestar a posição da concelhia almadense. “Vou impugnar a decisão junto do Conselho de Jurisdição Distrital do PSD e, se necessário, a nível nacional. Quem deve ser punido não sou eu”, aponta o dirigente, em declarações ao ALMADENSE.
Admitindo divergências com os autarcas do PSD em Almada, Cristóvão diz contestar o “apoio incondicional” que a formação tem dado ao Partido Socialista em Almada. Recorde-se que, após as eleições autárquicas realizadas em 2021, PS e PSD decidiram renovar o acordo de governação municipal, tendo didivido os pelouros entre os cinco vereadores eleitos pelo PS e o eleito pelo PSD, Nuno Matias.
Sobre o entendimento alcançado entre socialistas e sociais-democratas para o Executivo local, David Cristóvão lamenta “nunca ter sido assinado um acordo formal”, algo que “tinha sido prometido, mas não se concretizou”, adianta.
Indicando que há outros autarcas do PSD Almada desconfortáveis com a situação e que “não se revêem na forma como o PSD tem atuado em Almada”, Cristóvão critica nomeadamente o apoio dado pelos sociais-democratas ao aumento da tarifa da água, que “não foi compensado pela descida no IMI”, e avalia negativamente a forma como decorreu o realojamento no Segundo Torrão.
Ainda assim, apesar das divergências, diz que continua a rever-se “nos valores do PSD” e que pretende “continuar no partido”, deixando a porta aberta a futuras candidaturas em território almadense.
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