PS alcançou um novo entendimento com o PSD para assegurar a governabilidade na Câmara de Almada. Bloco de Esquerda e CDU ficam sem pelouros no Executivo autárquico.
O Partido Socialista renovou o acordo de governação em Almada com o PSD para os próximos quatro anos. Reeleita presidente da Câmara, Inês de Medeiros voltou a optar por uma coligação com a formação de centro-direita, tendo chegado a um entendimento com base em vários linhas programáticas, confirmou o ALMADENSE.
Os socialistas conseguiram reforçar a votação nas eleições de 26 de setembro, elegendo cinco lugares do executivo camarário, mais um do que há quatro anos. No entanto, a lista de Inês de Medeiros continuou sem maioria absoluta, o que levou o PS a fazer contactos com todos os partidos que elegeram representação na Câmara Municipal.
Por sua vez, o PSD elegeu este ano um vereador (menos um do que em 2017). Trata-se de Nuno Matias, que se apresentou como cabeça de lista pela coligação AD (que juntou os partidos PSD/CDS-PP/A/MPT/PPM).

CDU e Bloco de Esquerda na oposição
Desta forma, tanto os quatro vereadores eleitos pela CDU como a vereadora do Bloco de Esquerda se mantêm na oposição.
Ao contrário do que aconteceu nos quatro anos anteriores, no novo mandato um acordo entre PS e Bloco de Esquerda seria suficiente para assegurar a governação. No entanto, após reuniões entre as duas formações, não houve consenso para avançar nessa solução.
Em comunicado, o Bloco de Esquerda adianta que apresentou ao PS um “conjunto de propostas, salientando que qualquer negociação “teria de partir de um acordo político escrito e excluía a participação de partidos de direita”.
Por esse motivo, a formação entende não poder assinar um acordo em Almada por entender que os socialistas queriam vincular o Bloco ao programa do PS “sem garantias de autonomia no exercício do pelouro” e por estar em causa a possibilidade de um entendimento com o PSD. “Este é um ponto que lamentamos. O PS conhece o compromisso eleitoral do Bloco de Esquerda de não formar maiorias com partidos de direita“, escreveu a formação.
Sobre esta questão, a presidente da Câmara, Inês de Medeiros afirmou que “todos foram eleitos”, pelo que não faria sentido excluir nenhum vereador do acordo, sobretudo “depois do anterior mandato”, em que o PS governou em coligação com o PSD. Em declarações à agência Lusa, a autarca sublinhou ser esse, de resto, “o espírito da lei autárquica”.
https://almadense.sapo.pt/cidade/ines-de-medeiros-aponta-habitacao-e-transportes-como-prioridades-para-o-segundo-mandato/