Transportadora garante que recurso ao lay-off é a única fórmula que lhe permite evitar rescisões. Carreiras entre a margem sul e Lisboa estão suspensas.
Com início esta quinta-feira, o regime de lay-off adotado pela Transportes Sul do Tejo (TST) vai “estender-se até 8 de Maio, podendo ser prolongado”, adiantou ao ALMADENSE Rita Lourenço, diretora comercial e de marketing da transportadora.
De acordo com a TST, que assegura o transporte público rodoviário na península de Setúbal, o recurso à suspensão dos contratos de 545 trabalhadores (pouco mais de 50% do total de 1050 colaboradores da empresa), foi a única forma de “garantir a viabilidade da empresa e manter os postos de trabalho”.
Em pleno estado de emergência devido à pandemia de Covid-19, a fórmula encontrada permite à empresa evitar “qualquer rescisão com os trabalhadores”, possibilitando-lhe manter todos os contratos de trabalho, incluindo os das “80 pessoas que têm contratos a termo ou estão no período experimental”, assinala a responsável.
Apenas com 25% do serviço habitual da TST a funcionar, a empresa admite o incómodo que a suspensão das carreiras entre a margem sul e Lisboa possa ter nos passageiros. No entanto, argumenta que optou por “privilegiar o serviço que garante as ligações aos terminais fluviais e ferroviários”.
Empresa lamenta falta de linhas de crédito
Adiantando que a transportadora enfrenta autalmente um “grave problema de tesouraria”, Rita Lourenço aponta o recurso ao lay-off como uma solução “necessária para a empresa sobreviver”, acrescentando que o lançamento de “linhas de crédito específicas para o sector dos transportes” seria uma medida que ajudaria a mitigar a situação. De resto, as medidas adotadas “procuram minimizar os impactos económicos extremos desta situação e que as empresas tenham hipótese de subsistir além desta crise”, indicou a Arriva, proprietária da TST, em comunicado.
Contactada pelo ALMADENSE, fonte da Área Metropolitana de Lisboa (entidade que gere o transporte público rodoviário na grande Lisboa) indicou estar a “acompanhar o processo e a procurar, em equipa, chegar à melhor solução”, avançando que nos próximos dias “deverá haver novidades relativamente a todo este processo”.
No total, a Arriva (que além da TST tem também operações no norte do país) colocou em regime de lay-off 68% dos seus cerca de 1500 trabalhadores devido à pandemia de Covid-19.
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