Queixas relativas ao serviço da TST aumentaram no primeiro semestre de 2020 apesar do número de passageiros ter descido devido à pandemia. Reclamações referentes ao operador da margem sul triplicam as da Carris.
A Transportes Sul do Tejo (TST) registou um total de 550 reclamações entre janeiro e junho de 2020, o que representa uma subida de 67% quando se compara com o mesmo período do ano anterior, em que a operadora recebeu 329 queixas de utentes. Os dados constam do “Relatório sobre Reclamações no Ecossistema da Mobilidade e dos Transportes”, divulgado pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).
No primeiro semestre de 2020, as reclamações relativas à empresa que opera na margem sul mais do que triplicam as recebidas pela Carris. Embora sirva um maior número de utentes, a operadora de transporte público de Lisboa registou apenas 145 queixas (menos 405 queixas do que a TST).
Ao contrário da maioria dos restantes operadores de transporte público, que assistiram a uma redução global do número de reclamações, a TST registou um aumento das queixas, apesar da redução no número de utilizadores motivada pela crise de saúde pública.
De resto, a TST é a operadora de transporte público urbano que mais queixas acumula em todo o país, tendo recebido recentemente uma multa devido ao incumprimento de obrigações de serviço público. Seguem-se, a larga distância, a Vimeca com 192 reclamações de utentes entre janeiro e junho, a Carris com 145, a Scotturb com 115, a Mafrense com 108, a Rodoviária de Lisboa com 101 e a Rodoviária do Tejo com 73.
Quase 1000 queixas relacionadas com a pandemia
Do total de 7756 reclamações que o regulador dos transportes recebeu durante o primeiro semestre do ano passado, 990 estavam relacionadas com a pandemia. Cancelamento do serviço e incumprimento de horário foram os motivos mais invocados pelos utentes nas queixas apresentadas.
Do conjunto de queixas que deram entrada na AMT, o transporte rodoviário foi o único sector a registar um aumento das reclamações, já que tanto o serviço ferroviário como o fluvial ou o metropolitano viram a redução no número de passageiros levar à diminuição das queixas. No que diz respeito ao sector ferroviário, a CP foi a que recebeu mais queixas (1494), seguida pela Fertagus (179). Já o Metropolitano de Lisboa recebeu 346 reclamações por parte de utentes, enquanto que a Metro Transportes do Sul (MTS) foi alvo de 74. Por sua vez, a Transtejo recebeu 84 queixas e a Soflusa 44 nos primeiros seis meses do ano.
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