Festival Bluegrass: Trafaria transforma-se em “vila musical” durante três dias
Música tradicional norte-americana volta a encher as ruas da Trafaria na segunda edição do festival Bluegrass, que arranca esta sexta-feira. A entrada é livre.
É na Trafaria, “onde o Tejo se faz ao mar”, que volta a realizar-se o festival de música Bluegrass. De 8 a 10 de setembro, todos os visitantes poderão ficar a conhecer o género musical originário das montanhas Apalaches (nos Estados Unidos), que faz uso de instrumentos acústicos como o banjo ou o contrabaixo. Para além da música, haverá aulas de yoga, passeios arqueológicos, aulas com especialistas e histórias para descobrir – tudo com entrada livre.
Em 2023, o cartaz conta com cinco bandas internacionais e uma banda nacional. Para além disso, a organização espera ainda 26 músicos que vêm de todo o mundo para tocar nas jams espontâneas. “Não vai haver café e restaurante sem música aqui na Trafaria”, assinala João Horta, responsável pela organização do festival e presidente da direção dos Recreios Desportivos da Trafaria.
Uma das novidades deste ano é a atuação de uma banda norte-americana: os Chris Luquette East Coast vêm diretamente de Nova Iorque, abrindo o palco às 19h de sexta-feira. Já os Milkeaters, da Chéquia, sobem ao palco Coreto – também uma novidade deste ano – pelas 23h do dia 8, regressando às 15h de sábado.
Os The Long John Brothers, de Genebra, trazem a sua música original à Trafaria no sábado, pelas 22h, e no domingo às 17h. Os Stonebones & Bad Spaghetti, única banda de Bluegrass portuguesa, tocam às 22h na sexta-feira e à tarde, pelas 17h, no sábado.
Os Long Way Home Duo, cuja sonoridade vai da Holanda aos Estados Unidos, farão ouvir os seus instrumentos acústicos às 21h de sexta-feira e às 19h de sábado, enquanto os alemães Mad Meadows atuam às 21h de dia 9 e às 15h de 10 de setembro.
Foi André Dal, tocador de banjo e membro fundador dos Stonebones & Bad Spaghetti, que desafiou a coletividade Recreios Desportivos da Trafaria – Casino a começar esta viagem pelo Bluegrass. João Horta, presidente da direção, conta ao ALMADENSE que “era um sonho do André trazer o Bluegrass para Portugal, e este sonho felizmente realizou-se”.
A Trafaria foi escolhida por ser uma vila com uma “comunidade relativamente pequena, onde as pessoas se conhecem, e que desfruta de uma paisagem extremamente bonita”. Lembrando a primeira edição, o presidente da coletividade assinala que “nunca tinha visto uma iniciativa acontecer com tanta simpatia geral, quer da parte da comunidade da Trafaria quer de pesssoas que vieram de fora, enchendo o Largo da República”.
Um festival comunitário
Para além da decoração, elaborada inteiramente pelos trafarienses a partir de materiais reciclados, são muitas as atividades que criam a ponte entre a comunidade local e o Bluegrass, todas elas com participação gratuita.
No dia 8, pelas 18h, haverá um passeio pela Trafaria dirigido por Francisco Silva, do Centro de Arqueologia de Almada. Com a presença de habitantes da vila, este passeio de uma hora será uma oportunidade para conhecer melhor o património histórico e arqueológico. No dia seguinte, 9 de setembro, a caminhada pela Trafaria – com duração de duas horas e dificuldade média – levará o público a conhecer a paisagem envolvente, as matas, encostas, enxurradas, fortes e baterias, bem como as mais belas vistas da vila.
Para além de muitas outras atividades, como os workshops de música e dança ou as aulas de yoga, destaque para o peddy paper pela Trafaria, uma novidade desta edição do festival onde os participantes podem descobrir a vila através de pistas. Este percurso acontece no domingo, dia 10, às 10h, com início no Largo da República.
Como frisa João Horta, o Trafaria Bluegrass “é um festival comunitário, muito diferente dos outros festivais de verão, já que aqui os músicos tocam pelo prazer que têm em tocar”. Não recebendo pagamento para além da deslocação e acomodações, os músicos chegam à Trafaria com vontade de descobrir, conversar e viver esta vila à beira-Tejo.
No site do Trafaria Bluegrass podem ser consultados os horários de todos os concertos e atividades. Para além disso, qualquer pessoa pode inscrever-se como voluntária do festival.
