Vereadores em Almada aprovam moções contra a invasão da Ucrânia por unanimidade
Todos os grupos políticos com representação no Executivo almadense votaram a favor das moções apresentadas.
Os vereadores do PS e do PCP chegaram esta segunda-feira a um consenso que permitiu aprovar por unanimidade as moções apresentadas por ambos os partidos contra a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Lida pela presidente da Câmara Municipal, Inês de Medeiros, a moção do Partido Socialista manifestou “total e incondicional solidariedade para com a Ucrânia e o seu povo perante uma invasão brutal, com consequências trágicas e ainda imprevisíveis, por parte do regime do presidente Vladimir Putin”. Desta forma, a CMA posiciona-se “ao lado de todos os ucranianos e ucranianas, incluindo os mais de 40 mil que residem em Portugal, muitos deles em Almada”.
A moção apresentada pelos socialistas defende ainda não confundir os povos com regimes políticos. Por isso, não esquece “os corajosos russos e russas que, correndo riscos inerentes ao exercício da liberdade de expressão num regime não democrático protestam e condenam de todas as formas possíveis esta invasão, em nome da liberdade e da dignidade da Rússia”, manifestando total “apoio à resistência ucraniana” e a “mais profunda reprovação da violência, a repressão e o autoritarismo do regime do presidente Putin”.
Por sua vez, os comunistas aceitaram o pedido do PS de acrescentar uma referência específica ao apelo ao “imediato cessar de todas as hostilidades por parte da Federação da Rússia em curso na Ucrânia”, que viabilizaou a aprovação da moção por unanimidade.
Apresentado pela vereadora Maria das Dores Meira, o documento “condena veementemente a operação militar da Rússia com a invasão do território ucraniano” e apela ainda ao “fim da escalada militar” e à “abertura de um caminho ao diálogo à paz”, expressando “total solidariedade às vítimas do conflito”,e solicitando a “urgência de iniciativas políticas sob a égide da ONU, visando uma solução política”. Ao mesmo tempo, insta o Governo português “a atuar para a construção de uma solução negociada para este conflito, defendendo a paz”.
Apesar do consenso alcançado, a presidente da autarquia manifestou preocupação com o apelo da CDU ao fim dos ataques militares, “como se russos e ucranianos estivessem em igualdade de circunstâncias”. Para Inês de Medeiros, “há uns que estão a defender o seu país, goste-se ou não do governo que legitimamente elegeram e a defender a sua independência, e há outros que estão a atacar um país vizinho”, reconhecido como independente. “Estranho que não haja uma condenação muito dirigida àquele que é o ocupante, o invasor”, afirmou a autarca.
A observação foi, no entanto, rejeitada por Maria das Dores Meira, que garantiu que “a condenação ao invasor é feita de forma veemente”, sublinhando que o que a CDU defende é que “sejam encetadas negociações para que seja promovida a paz”.
Também o Bloco de Esquerda e o PSD votaram favoravelmente ambas as moções. “Estamos a ser testemunhas de um movimento de ocupação e opressão de um povo que de forma legítima e livre se constituiu como nação independente e democrática”, afirmou o vereador social-democrata, Nuno Matias.
Comunidade ucraniana em Almada recolhe mantimentos para enviar para refugiados