Em apenas três meses, quase 17 mil utentes ficaram sem acesso a médico de família nos Centros de Saúde de Almada e Seixal.
Nos concelhos de Almada e Seixal há atualmente 53 mil utentes na lista de espera de médico de família. O número disparou nos últimos três meses, uma vez que entre o final de 2020 e Março deste ano 16.675 utentes ficaram sem acesso a clínico fixo nos cuidados de saúde primários: uma subida de 40%.
De acordo com os dados consultados pelo ALMADENSE no portal da transparência do Serviço Nacional de Saúde (SNS), neste mês de Março estão inscritos no Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) de Almada e Seixal um total de 352.960 utentes, dos quais 298.903 têm clínico atribuído. Os restantes 53.127 não contam com médico de Medicina Geral e Familiar, o que corresponde a 15% do total. A estes valores acrescem ainda 930 utentes que não contam com médico por opção própria.
Trata-se o valor mais elevado desde outubro de 2017, altura em que havia 58 mil utentes sem um profissional de saúde definido no conjunto dos dois concelhos. Desde essa altura que o número de residentes em Almada e Seixal sem médico atribuído vinha a diminuir. No entanto, a evolução verificada nos últimos três meses, —em que o SNS esteve especialmente sob pressão devido à pandemia de covid-19—, veio inverter a tendência de redução, aumentando as carências no que diz respeito aos cuidados de saúde primários.
Grande parte da população sem médico de família concentra-se na união de freguesias de Laranjeiro e Feijó, no concelho de Almada. Estima-se que dos 47 mil utentes da Unidade de Saúde de Santo António, (no Laranjeiro) haja pelo menos 20 mil utentes sem um profissional de saúde atribuído, sendo que há largos anos que os moradores defendem a construção de um novo Centro de Saúde no Feijó.
https://almadense.sapo.pt/cidade/moradores-pedem-suspensao-da-intervencao-no-eixo-central-de-almada/