Quando falta apenas uma semana para o início do ano escolar, pais e alunos ainda não sabem como se vão deslocar no primeiro dia de aulas, uma vez que as novas linhas e os novos percursos destinados a servir as escolas do concelho ainda não foram divulgados.
As famílias almadenses vivem um momento de incerteza face ao desconhecimento dos horários e percursos da Carris Metropolitana que serão implementados no regresso às aulas. A nova rede de linhas destinada ao período escolar vai entrar em vigor na segunda-feira, dia 13 de setembro, mas as novas linhas e os novos percursos destinados a servir as escolas do concelho ainda não foram divulgados.
O filho de Joaquim Fernandes tem 15 anos e este ano vai frequentar o 9º ano de escolaridade. A família reside na Quinta da Genovesa e, até agora, para se deslocar para a Escola Romeu Correia apanhava a antiga carreira 133 da TST. No entanto, com a entrada em funcionamento da Carris Metropolitana, deixou de ter um autocarro que passe a ponte do Feijó e o deixe perto do estabelecimento de ensino.
Quando questionado sobre como irá o seu filho vai para a escola no primeiro dia de aulas, Joaquim Fernandes confessa: “Estamos numa incerteza. Sem ver o horário e sem saber ao certo que autocarros existem, tenho que entrar mais tarde no trabalho e levá-lo. Para cá, se tiver bom tempo, ele tem que ir a pé até à paragem de um autocarro que venha de Lisboa para a Marisol ou para a Charneca de Caparica”.
Trata-se de uma situação que, de acordo com o pai do jovem, afeta todas as crianças e jovens do Alto do Índio, da Quinta da Silveira de Cima, da Quinta da Silveira de Baixo, da Quinta do Perfume e da Quinta da Genovesa. Mas a incerteza estende-se a muitos outros pontos do concelho de Almada, que viram o serviço público de transporte alterado com o arranque da Carris Metropolitana.
A Carris Metropolitana anunciou entretanto a criação de um site onde serão divulgados os percursos e horários das novas carreiras, mas os mesmos ainda não se encontram disponíveis.
A demora na divulgação dos novos horários está a motivar também a preocupação da autarquia almadense. “A uma semana continuamos sem receber o plano de operações com os horários e não temos qualquer hipótese de fazer a verificação dos mesmos”, admitiu a presidente Inês de Medeiros na reunião da Câmara Municipal de Almada (CMA), na segunda-feira, dia 5 setembro. A autarca explicou que o plano de operações devia ter sido apresentado há 60 dias e responsabiliza a Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML) que “visivelmente não é capaz de impor à TST a entrega de horários atempados”. Recorde-se que no início da operação da Carris Metropolitana, no passado dia 1 de julho, os horários foram divulgados com apenas cinco dias de antecedência.
Todos os partidos políticos demonstraram preocupação com a situação dos transportes rodoviários no concelho de Almada. Joana Mortágua, vereadora do Bloco de Esquerda afirmou que “não há nenhuma garantia de que a situação será menos caótica do que a situação que se viveu até aqui”.
A inquietação é partilhada pelo movimento cívico Fartos! que vê a situação com o início das aulas “a piorar muito, porque se está previsto um aumento da oferta do serviço e se não há motoristas para o serviço existente, prevemos um caos ainda maior”, disse ao ALMADENSE Anabela Rocha, porta-voz do movimento que reúne cidadãos preocupados com as falhas nos transportes em toda a Área Metropolitana de Lisboa.
O ALMADENSE procurou obter esclarecimentos junto da TML sobre a operação relativa ao início do ano escolar, mas não obteve resposta até ao momento da publicação deste artigo.
https://almadense.sapo.pt/mobilidade/carris-metropolitana-divulga-novas-rotas-destinadas-a-servir-as-escolas-de-almada/