Domingo, Maio 19, 2024
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“O Futuro Já Era”: Companhia de Teatro de Almada estreia nova criação

De 1 a 24 de março, “O futuro já era” traz ao Teatro de Almada um “manifesto de fúria, fuga e revolta individual” com música do rapper Chullage.

 

“O futuro já era”, com texto de Sibylle Berg, encenação de Peter Kleinert e música do rapper almadense Chullage, vai estar em cena no Teatro Municipal Joaquim Benite (TMJB) de 1 a 24 de março. A peça “consiste num manifesto de fúria, fuga e revolta individual”, indica a Companhia de Teatro de Almada (CTA) na sua página.

Esta é uma encenação “cheia de música”, como indica Peter Kleinert no vídeo promocional da peça, que nasce da parceria improvável entre o encenador alemão, colaborador de longa data da CTA, e o rapper almadense Chullage, considerado pelo jornal Público um dos artistas mais promissores de 2023. “É como se o que George Orwell previu tivesse acontecido e nós tivessemos contribuído alegremente para isso”, assinalou Rodrigo Francisco, diretor da CTA, na apresentação do programa para 2024.

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Para Peter Kleinert, “O futuro já era” permite antever “onde este caminho vai dar: a um futuro que temos de combater”. Como indicam as palavras do encenador no vídeo publicado pela CTA, esta é uma produção de ritmo rápido com uma mensagem para as novas gerações: “quero que o público tenha 90 minutos de diversão política”, assinala o encenador, que se diz “pessimista” quanto ao futuro.

Nesta história, são exploradas as realidades de quatro jovens criados em agregados familiares instáveis, numa das regiões mais degradadas de Inglaterra: o noroeste desindustrializado. Rochdale é uma cidade sem esperança, em que a pobreza, a violência e o abuso fazem parte da vida quotidiana. Para o rapper Chullage, este é um texto que tem “tudo a ver com Portugal, onde o tecido económico vai mudando e há uma vontade de ascensão da extrema direita”, indica no vídeo promocional da CTA.

Através da música, conta-se a realidade de Don, Peter, Karen e Hannah, “que têm em comum o ódio à realidade em que vivem, o amor pelo «Grime» (o estilo musical que substituiu o «punk» como música dos revoltados e marginalizados), e a determinação em vingarem-se dos responsáveis pela sua miséria”, indica a CTA. Procuram esta vingança em Londres, onde se deparam com grupos de conservadores, teóricos da conspiração, programadores, corretores da bolsa ou algoritmos, que juntos formam o futuro já não tão distante que se antevê.

“O futuro já era” baseia-se no romance “GRM – Brainfuck”, de Sibylle Berg, uma das mais renomadas escritoras suíças da actualidade, que venceu o Prémio para Melhor Livro Suíço 2019 e o Grand Prix de Literature em 2020. A peça conta com interpretação de Cecília Borges, Chullage, Diana Linguiça, Diogo Bach, Erica Rodrigues, Inês Saramago e Jacinta Correia.

De 1 a 24 de março, “O futuro já era” está em cena de quinta-feira a sábado, às 21h, e quarta-feira e domingo às 16h. Os bilhetes têm o valor de 13 euros, com entrada gratuita para os membros do Clube de Amigos e desconto de 50% para jovens, seniores e grupos. Podem ser adquiridos online ou na bilheteira do TMJB. Em breve, serão ainda anunciadas as “Conversas com o público” nos dias 2, 9, 16 e 23 de março.

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