Protesto reuniu cerca de meia centena de professores de escolas do concelho de Almada e do Seixal.
Professores de nove escolas do concelho de Almada e do Seixal concentraram-se esta quarta-feira, 8 de fevereiro, junto ao edifício do Paços do Concelho em Almada “para dialogar com a presidente da Câmara e deixarmos os cartazes com as nossas reivindicações”, explicou Rui Foles, professor do Agrupamento de Escolas do Monte da Caparica, ao ALMADENSE.
Cerca de meia centena de professores fizeram-se ouvir nos serviços da Câmara Municipal de Almada, com buzinas e palavras de ordem. “Professores a lutar também estão a ensinar” foi uma das frases mais ouvidas. O protesto tinha como objetivo chegar ao diálogo com a presidente da autarquia, mas a porta do Paços do Concelho acabou por ser fechada ao final da tarde e ninguém do executivo chegou à fala com os manifestantes.
Os professores, que lutam há cerca de três meses por melhores condições na escola pública e nas carreiras dos docentes e dos assistentes operacionais, afirmam que nenhuma tutela os acompanha na sua luta. No início deste mês de fevereiro, o governo decretou que as escolas têm que assegurar os serviços mínimos devido à greve por tempo indeterminado. Os professores estão convencidos que a decisão do executivo que garante a abertura das escolas com os professores em greve “é ilegal”, explicou o professor Rui Foles ao ALMADENSE.
Duas exigências para parar a greve
“Estou aqui pela escola pública e pelos meus colegas, porque eu estou no oitavo escalão e estas melhorias vão fazer pouco por mim”, contou Ana Duarte, professora de português da escola Daniel Sampaio, ao ALMADENSE.
A docente, que participou na concentração em Almada, lamenta a falta de apoio da sociedade civil à luta dos professores, mas afirma “mesmo lutando sozinhos, estou muito contente com a força dos meus colegas”. Ana Duarte começou a dar aulas em 1983, está no oitavo escalão e daqui a dois anos vai reformar-se sem atingir o topo da carreira com 42 anos de trabalho.
A reposição do tempo de serviço e o fim do regime de quotas são as duas exigências que fariam os professores pararem as greves que se estendem a todo o país. O professor Rui Foles esclareceu que os profissionais estão disponíveis para negociar com o Ministério da Educação um plano calendarizado que cumpra estas duas reivindicações até ao final da legislatura do governo.
As associações de polícias e de oficiais das Forças Armadas já se mostraram solidárias com os professores e marcaram presença nas últimas manifestações nacionais em Lisboa. Recorde-se que a greve dos professores em Almada e em todo o país teve início no mês de dezembro.
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