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Vereador da mobilidade em Almada: “Vamos ter duas vias de trânsito no eixo central sempre que possível”

Nas últimas semanas, foram várias as grandes intervenções na rede viária anunciadas pela Câmara Municipal de Almada para os próximos meses. Em entrevista ao ALMADENSE, o vereador responsável pela rede viária e pela mobilidade, Miguel Salvado (PSD) explica os planos da autarquia para vias como o eixo central da cidade ou a estrada Florestal.

 

Acaba de ser anunciado o projeto para a requalificação do eixo central de Almada. Vai passar a haver duas faixas de rodagem para cada lado?

Teremos duas vias sempre que possível. Mas o projeto é global: começa no Centro Sul e vai até Cacilhas. Há zonas onde só vai haver uma via porque queremos ter estacionamento.

 

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A introdução das duas vias não vai representar uma redução no espaço para estacionamento?

Não. Há zonas em que para manter o estacionamento só se consegue ter uma via. A prioridade será sempre manter algum estacionamento ou criá-lo.

 

Se não mexem no estacionamento, vão “roubar” esse espaço aos passeios?

Há zonas em que vamos mexer nos passeios. Mas é preciso olhar para o projeto. Há zonas na avenida em que o passeio tem três, quatro, cinco metros de largura. Aí se tirar um metro ou dois não faz diferença. Mas há zonas em que o passeio só tem 1,5 ou 2 metros: aí obviamente não podemos mexer. Depois há outras zonas na avenida em que a faixa de rodagem é muito larga e cabem lá dois carros. Aí conseguimos pôr duas faixas de rodagem sem estar a mexer muito no passeio. O que pretendemos é melhorar a circulação automóvel, criar estacionamento e criar passadeiras para as pessoas porque neste momento não há passadeiras.

 

Neste momento há prioridade do peão em toda aquela área.

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A verdade é que o projeto nasceu torto e ninguém respeita nada. As pessoas que andam a pé, sobretudo as mais idosas, nem sabem onde hão-de atravessar. Queremos ter zonas com passadeiras e zonas para os carros.

 

O projeto não inclui qualquer ciclovia?

Para já não inclui. Depois poderemos fazer uma zona de velocidade máxima de 30 km/h na estrada para as bicicletas poderem circular. Aliás, em toda a zona central da cidade deve haver circulação automóvel lenta.

 

Vamos tentar abrir de forma condicionada a rua de Olivença, por baixo das arcadas.

Vão mudar o pavimento? 

Há zonas que sim e outras que não. Há zonas em que vamos manter calçada de granito para circulação automóvel, mas não é todo uniforme. Os técnicos usam isso para fazer zonas de transição e abrandamento. Mas nesta primeira fase vamos mexer só na praça MFA e na Gil Vicente. Vamos abrir a rotunda e vamos tentar abrir de forma condicionada a rua de Olivença (por baixo das arcadas) apenas num sentido, porque ali a prioridade é do peão.

 

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Porquê reabrir essa rua, atualmente fechada ao trânsito?

A abertura da rua Olivença tem a ver com a vontade expressa pelos moradores e pelos comerciantes. A própria Associação de Comerciantes entregou um abaixo assinado a pedir a reabertura.

 

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Praça Movimento das Forças Armadas (MFA), no centro de Almada.

 

Numa altura em que por toda a Europa as cidades limitam a circulação automóvel, fomentam a circulação pedonal e ciclável, este projeto não é um pouco anacrónico? Passa-se de uma para duas faixas de rodagem, diminuem-se os passeios e não se inclui ciclovia naquela que é a via central da cidade.

Não vamos passar para duas faixas de rodagem em todo o lado. Vamos fazer acertos em alguns sítios, mas não é em todo o eixo central. Depois vamos compatibilizar com a circulação de bicicletas. Por isso é que as vias são alargadas. A verdade é que estamos a fazer aquilo em função da realidade que lá temos. Ali já temos uma experiência em que fechar a avenida toda e proibir a circulação automóvel não funcionou. As pessoas não querem. As pessoas querem poder circular de automóvel, mesmo que seja com velocidade condicionada. O que estamos a fazer é a tentar adaptar-nos à realidade que ali temos.

 

Mas concorda que a mensagem enviada pela autarquia é de maior preocupação com a mobilidade automóvel do que com a promoção dos modos suaves: ciclável, pedonal..

Não concordo. Estamos preocupados em regularizar para todos. Isto é: ter circulação automóvel com velocidade limitada, área pedonal com zonas de atravessamento com segurança e compatibilizar com a utilização da bicicleta. Mas aquilo que lá está neste momento está errado.

 

Aguardamos reconhecimento de interesse público para avançarmos com a intervenção na estrada Florestal.

Foi anunciada também a renovação da estrada Florestal, na Costa de Caparica. Por que é que a obra ainda não começou?

Fizemos o projeto, o concurso foi ganho e já há uma empresa escolhida. Entretanto, ao mesmo tempo, estivemos em diálogo com o ICNF, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA). A APA não levantou grandes questões, mas o ICNF levantou. Tivemos que fazer algumas alterações ao projeto e nessa altura a CCDR identificou que a estrada ainda não estava no domínio de interesse público. Na realidade, não estava registada corretamente para que o Estado ou a Câmara pudessem fazer a obra.

 

Portanto, aguardam reconhecimento de interesse público para poderem avançar?

É esse processo que está agora a decorrer na CCDR e que vai implicar despacho do ministro do Ambiente. Só depois disso é que podemos começar a obra. Mas está perfeitamente encaminhado e há-de estar resolvido dentro de dias. Ali o nosso maior problema tem a ver com uns pinheiros que há na zona da praia da Mata, junto à estrada. Foi dialogado com a APA e o ICNF e já foi resolvido porque alguns vão ter mesmo que ir abaixo até porque estão velhos e a cair. Em compensação, terão que ser plantadas umas centenas de pinheiros. Mas isso já foi tratado. Só falta a autorização.

 

Leia também a segunda parte da entrevista, em que o vereador Miguel Salvado apresenta os planos da autaquia para a Fonte da Telha e defende as opções do município em termos de mobilidade ciclável.

 

https://almadense.sapo.pt/cidade/ninguem-vai-retirar-o-pavimento-da-fonte-da-telha-ate-haver-uma-solucao-definitiva/

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