Prometida “revolução” no transporte público rodoviário tem início no primeiro dia de julho, com os utentes apreensivos face à mudança nas rotas e horários.
É já esta sexta-feira, dia 1 de julho, que tem início a esperada mudança histórica nos transportes públicos rodoviários nos concelhos de Almada, Seixal e Sesimbra. O serviço continuará a ser assegurado pela TST, mas agora sob a marca Carris Metropolitana, dotada de uma nova frota de autocarros amarelos, novas linhas, paragens e percursos.
“Estamos a trabalhar para que tudo esteja a funcionar em pleno no dia 1”, afirmou fonte da Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML) ao ALMADENSE, indicando que o serviço será implementado de forma faseada. “Algumas carreiras serão implementadas gradualmente, devendo estar operacional até ao final do ano”, informou a entidade, admitindo que no decorrer da implementação da operação poderá haver “alguns ajustes e alterações” nos horários e percursos, sempre que necessário.
Por sua vez, a Área Metropolitana de Lisboa garantiu que vai “exigir às empresas rodoviárias o cumprimento das obrigações que estão contratualizadas, no tempo devido, porque necessitamos de mais e melhores transportes públicos. Sabemos que é um processo complexo e exigente do ponto de vista técnico, financeiro e de planeamento, mas não podemos permitir que se ponham em causa os avanços importantes que se estão a construir”, indicou a entidade em comunicado enviado às redações.
Utentes apreensivos
A operação rodoviária, que pretende uniformizar toda a frota de transportes rodoviários da Área Metropolitana de Lisboa, arrancou inicialmente no passado dia 1 de junho na Área 4 (Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal), com alguns precalços, que obrigaram à reposição dos horários e percursos da TST. Face aos constrangimentos, a Câmara de Almada disse ao ALMADENSE ter a expectativa de que o serviço funcione “melhor do que tem vindo a acontecer nos municípios do lote 4”, indicou José Pedro Ribeiro vereador com os pelouros de infraestruturas e administração urbanística.
A nova operação terá como base os horários divulgados nos sites da TST e da Carris Metropolitana, que levantaram preocupação junto de muitos almadenses, lamentando nomeadamente o fim das ligações entre Almada e a Praça do Areeiro, em Lisboa.
O “descontentamento generalizado” dos utentes motivou mesmo o pedido do CDS-PP Almada de suspensão imediata dos novos horários da Carris Metropolitana. Em comunicado, o partido criticou o facto dos horários e percursos terem sido “feitos à revelia e sem ouvir as populações”, interferindo com a “vida de milhares de pessoas”.
Devido à entrada da Carris Metropolitana nos concelhos de Almada, Seixal e Sesimbra, o serviço da Sulfertagus termina a 30 de junho. “A responsabilidade dos novos horários e percursos é da Carris Metropolitana, pelo que qualquer questão relativa a este novo serviço rodoviário deve ser dirigida a esta nova entidade”, informou a Fertagus através de comunicado.
A Carris Metropolitana é a nova marca dos transportes públicos rodoviários na Área Metropolitana de Lisboa, que pretende uniformizar o serviço em 15 dos seus 18 municípios (excluindo Lisboa, Cascais e Barreiro que manterão as operações atuais). Para a Área 3 o projeto promete introduzir 111 linhas (face às 88 atuais) e 339 novas viaturas, e trazer um aumento de veículos por quilómetro.
Texto: Maria João Morais e Alexandre Quintela da Silva
https://almadense.sapo.pt/mobilidade/cds-pp-almada-pede-a-suspensao-imediada-dos-novos-horarios-da-carris-metropolitana/