“O Futuro Já Era” e “Verdi Que Te Quero Verdi” são as duas criações da CTA que pode ver gratuitamente a 27 de março.
A 27 de março, quarta-feira, a Companhia de Teatro de Almada (CTA) celebra o Dia Mundial do Teatro com três sessões gratuitas no Teatro Municipal Joaquim Benite (TMJB). Para os mais novos, há “Verdi Que Te Quero Verdi” às 10h30 e às 14h30. Direcionada ao público jovem e adulto, vai estar em cena “O Futuro Já Era”, com encenação de Peter Kleinert e música do rapper almadense Chullage, às 21h.
A primeira peça conta com encenação de Teresa Gafeira e música de Giuseppe Verdi. Com “marionetas que cantam e com atores que dançam”, como pode ler-se na página da CTA, “Verdi Que Te Quero Verdi” explora os temas de algumas das mais famosas óperas do compositor, como “La Traviata” ou “Il Trovatore”, através da caótica e animada cozinha de um restaurante italiano onde se ouvem as mais belas árias.
“O Futuro Já Era” traz ao palco a história de quatro jovens criados em agregados familiares instáveis, numa das regiões mais degradadas de Inglaterra: o noroeste desindustrializado. A crítica social faz-se através da música fortemente interventiva, nascida de uma colaboração entre o encenador alemão e o rapper Chullage. Para este último, a adaptação do texto de Sibylle Berg tem “tudo a ver com Portugal, onde o tecido económico vai mudando e há uma vontade de ascensão da extrema direita”, como indica no vídeo promocional da Companhia de Teatro.
A par dos espetáculos, será lida a mensagem do Dia Mundial do Teatro, este ano escrita pelo escritor e dramaturgo norueguês Jon Fosse, distinguido com o Prémio Nobel da Literatura em 2023. Serão também apresentados os primeiros espetáculos do próximo Festival de Almada, marcado de 4 a 18 de julho, e postas à venda assinaturas para todos os espetáculos.
Também no teatro municipal, está patente até 27 de março “A Censura ao Teatro”, na galeria de exposições. Nesta exposição co-apresentada pelo Arquivo Ephemera e pela CTA, os visitantes podem descobrir tudo sobre “a mais eficaz arma do regime da ditadura, cujos efeitos ainda hoje sentimos”, como indica a companhia na sua página.
A exposição debruça-se sobre o caso da peça “Deus Lhe Pague”, do dramaturgo brasileiro Joracy Camargo (1898-1973), que sofreu uma enorme quantidade de cortes, tornando a sua representação um verdadeiro desafio. O Arquivo Ephemera possui o exemplar “autorizado” em que assenta a exposição, no qual é possível verificar quais os trechos cortados pelos censores e compreender a sua mentalidade.
A entrada para a exposição é livre. Já os bilhetes para as diferentes sessões, também gratuitos, podem ser levantados uma hora antes de cada espetáculo, na bilheteira do TMJB. Cada pessoa pode levantar, no máximo, dois bilhetes.
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