Falha de energia levou a cortes no abastecimento de água em Almada e no Seixal. Autarca de Almada reforça a necessidade de todos terem em casa um kit de emergência.
A Câmara Municipal de Almada (CMA) assegura que os serviços mais importantes de apoio à população se mantiveram em funcionamento na segunda-feira, 28 de abril, mas reconhece a necessidade de alargar o número de estruturas que se mantém ativas em caso de falha de energia.
“As estruturas críticas mais importantes (bombeiros, forças de segurança, hospital, abastecimento de água, etc.) mantiveram-se em funcionamento devido à existência de geradores”, disse fonte oficial da autarquia ao ALMADENSE. “O município está empenhado em alargar este sistema a outras infraestruturas.”
Almada não tem um plano de contingência específico para falhas de energia, mas uma quebra superior a 12 horas seria critério suficiente para ativar o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil – o que não chegou a ocorrer –, explica fonte oficial da CMA. No concelho, a reposição da eletricidade iniciou-se por volta das 23h e cerca de duas horas depois já todo o concelho estava novamente iluminado.
A falta de eletricidade teve impacto também no abastecimento de água por não existir energia para bombear a água nesses pontos, informou a presidente da Câmara Municipal, Inês de Medeiros, numa publicação no Instagram. “Em relação ao distrito de Setúbal, fomos o município com menos situações de corte no abastecimento de água, graças à intervenção dos SMAS e à colocação de geradores, sempre que possível”, assegurou. O ALMADENSE pediu mais informações aos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Almada, mas não obteve resposta até à publicação deste artigo.
O concelho do Seixal só conseguiu restabelecer o abastecimento da água em todo o concelho na madrugada de terça-feira, várias horas depois de o município ter recuperado a ligação elétrica no final da noite de segunda-feira, informou fonte do Município ao ALMADENSE.
Um dos serviços intermunicipais afetados pela falha de energia e consequente falta de água foi o da gestão dos resíduos urbanos. A falta de água nos Ecoparques da Amarsul, resultado do corte da rede elétrica a nível nacional, obrigou “a uma paragem temporária das suas unidades industriais de triagem e tratamento de resíduos urbanos, por motivos de segurança e salubridade dos seus trabalhadores”, disse fonte do Conselho de Administração da empresa ao ALMADENSE.
A Amarsul reportou ter accionado alguns mecanismos de contingência, como geradores a gasóleo ou poupança de combustível nas viaturas de recolha seletiva. A situação provocou “atrasos pontuais no serviço de recolha seletiva, embora sem impacto significativo na generalidade da operação”, refere fonte da empresa, e que todas as atividade terão sido retomadas normalmente após o restabelecimento do fornecimento de energia.
Um “kit de emergência” para antecipar o próximo “apagão”
Para que não sejam apanhados desprevenidos quando faltar a água, ocorrer um sismo ou se verificar outra situação de emergência, deve manter em casa alguns bens essenciais, o tão falado “kit de emergência”. Um rádio portátil (de preferência a pilhas) para se manter sempre informado, uma lanterna, pilhas suplentes para estes equipamentos, contactos de emergência escritos num papel, alimentos que não se estraguem e, pelo menos, três litros de água por dia por pessoa (para beber e outros usos).
As recomendações “Sabe como resistir a um apagão de energia?” no site do Município incluem ainda outras sugestões como desligar todos os aparelhos das tomadas (ou simplesmente desligar os disjuntores de eletrodomésticos) e só ligar os equipamentos essenciais quando voltar a luz. É uma forma de prevenir que os picos de energia possam danificar os equipamentos. Outra recomendação é nunca deixar o carro com o nível de combustível na reserva ou os carros elétricos com uma carga inferior a 40%.