Garcia de Orta realiza tratamento inovador em bebé prematuro

Trata-se da primeira vez que o procedimento é realizado em bebés prematuros, uma vez que até aqui era apenas utilizado em pacientes adultos.

O Hospital Garcia de Orta realizou um procedimento inovador num bebé recém-nascido no âmbito do  tratamento da retinopatia na prematuridade, que permite uma “resposta mais rápida e uma maior estabilidade da evolução da doença que, em casos graves, pode conduzir à cegueira”, anunciou a unidade hospitalar esta terça-feira, em que se assinala o Dia Mundial da Prematuridade.

Trata-se da primeira vez que o procedimento, que consiste na injeção do fármaco Ranibizumabe junto da retina, é realizado em Portugal. Até à data, o tratamento era apenas efetuado junto de pacientes adultos, mas foi recentemente aprovada pelo Infarmed também para bebés prematuros.

“Este novo tratamento apresenta diversas vantagens comparativamente com o tratamento a laser que é classicamente utilizado em crianças, na medida em que tem resultados mais imediatos, permite resguardar mais a integridade anatómica e a função do olho a longo prazo e porque permite o controlo da evolução da doença nos casos em que esta é mais agressiva”, afirmou Nuno Campos, diretor do Centro de Responsabilidade Integrada de Oftalmologia do Hospital Garcia de Orta, citado em comunicado.

“A realização deste procedimento ganha especial importância porque abre uma janela terapêutica para que os bebés que sofrem de retinopatia da prematuridade possam conseguir controlar a sua doença e obter melhores resultados no futuro com uma terapêutica on label, isto é, especificamente estudada para estes casos extremos”, acrescentou o especialista.

De recordar que o Hospital Garcia de Orta criou recentemente uma Unidade Multidisciplinar de Tratamento de Oftalmologia Pediátrica (UMTOP), que agrupa as especialidades de Pediatria, Oftalmologia Pediátrica e Retina. “A realização deste procedimento só foi possível devido ao investimento que o Hospital tem vindo a realizar na aquisição de equipamentos específicos para esta área”, concluiu Nuno Campos.

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