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Andreia Santos, presidente do Almada Atlético Clube: “Temos o campo com a melhor vista do país”

Pela primeira vez em 80 anos, o Almada Atlético Clube tem uma mulher na presidência. No lugar desde abril, Andreia Santos conta ao ALMADENSE como pretende revitalizar o clube e fala dos projetos que tem na carteira. Quanto ao complexo desportivo que chegou a estar previsto, afinal não vai avançar, revela a dirigente.

 

De um lado, o Cristo Rei, do outro, o rio Tejo. É com orgulho que Andreia Santos, a nova presidente do Almada Atlético Clube (AAC) passeia no relvado principal do clube desportivo, recentemente requalificado. “O nosso campo tem a melhor vista do país. Estamos num sítio magnífico”, começa por destacar a dirigente, em entrevista ao ALMADENSE. A longa tradição do clube, aliada à sua localização privilegiada, fazem-na acreditar que é possível lançar o AAC numa nova etapa. Na carteira, tem já vários projetos virados para a revitalização do clube.

Com 39 anos, Andreia Santos tornou-se em abril na primeira mulher a presidir ao Almada Atlético Clube (AAC) em 80 anos de história. Admite, contudo, que quando anunciou a intenção de se candidatar à presidência do clube notou “alguma surpresa entre os sócios”. No entanto, o choque não perdurou: “fui muito bem acolhida, tenho muita proximidade com os sócios, sobretudo os mais velhos. Estou aberta para falar com todos, são sempre ouvidos”, garante. Além disso, é importante haver também “uma renovação geracional também na direção”, assinala.

Chegou numa altura em que o clube dá sinais de revitalização. Atualmente com as modalidades de andebol (Divisão de Honra) e futebol (I Divisão distrital de Setúbal), o AAC tem no horizonte a introdução da modalidade de voleibol. O forte crescimento das camadas jovens é exemplificativo da vitalidade do AAC, acredita a presidente do clube, adiantando que estas “triplicaram no último ano”. Em outubro de 2024, contam com cerca de 180 atletas inscritos.

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“Complexo desportivo não vai avançar”

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Andreia Santos, presidente do Almada Atlético Clube. Bruno Marreiros / Almadense

Quanto ao projeto anunciado há quatro anos, que previa a criação de um complexo desportivo nas instalações do clube pela empresa Supera, não vai se executado, revelou Andreia Santos. Recorde-se que o plano incluía a construção de um empreendimento desportivo de três andares, com piscina e ginásio, num investimento superior a 8 milhões de euros.

“O projeto não vai avançar. Achámos que não era adequado e que não ia beneficiar o clube”, revelou a presidente do AAC ao ALMADENSE. “O projeto pressupunha que o clube ia deixar de poder utilizar o campo de baixo (propriedade da Câmara de Almada), uma vez que o complexo desportivo seria implementado nesse local”, referiu a dirigente.

Desta forma, se o projeto avançasse, o AAC ficaria “sem campo para a formação”, aponta Andreia Santos. “A formação é essencial para criar novos atletas”, sublinha. Embora o andebol não estivesse em risco, o futebol do clube podia acabar”, refere a presidente, mostrando receio que a operação acabasse por “matar o clube”.

Apesar do cancelamento do antigo projeto, ideias para o futuro não faltam na cabeça de Andreia Santos e da sua equipa. “Vamos começar por melhorar a infraestrutura do clube, queremos requalificar o espaço e os balneários, pois gostávamos de poder acolher, por exemplo, um Centro de Alto Rendimento”. Implementar novos torneiros e lançar campos de férias desportivas no verão para os mais jovens são outras das propostas.

Mas não só. Tendo em conta a localização privilegiada do clube, Andreia Santos acredita que o espaço do AAC podia contribuir para revitalizar a zona histórica do Pragal, por onde passam diariamente milhares de turistas. “Gostávamos de ter por exemplo um restaurante no nosso espaço, mas também outras valências que contribuíssem para dar visibilidade ao clube, sem nunca perder a sua essência”, destaca.

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Para implementar os novos planos, contribui o facto da situação financeira do clube ter melhorado, assinala a dirigente. “Neste momento temos uma situação equilibrada. Ainda temos dívidas, mas agora respiramos melhor”, refere. Atualmente, o Almada é elegível para concorrer aos concursos lançados pela autarquia, quer seja para obras, transportes ou realização de eventos. “Temos boas relações com as federações e com a Câmara de Almada”. Por isso, “temos tudo para continuar a crescer”, acredita.

 

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