Como resolução para 2024 e para os anos seguintes, temos a determinação de continuar a defender o Direito à Mobilidade dos cidadãos de Almada. Uma determinação que assenta na consciência de que não haverá prendas no sapatinho se não lutarmos por elas.
Querido Pai Natal, para 2024 queremos um serviço de transportes públicos que dê efetiva resposta às necessidades dos utentes… Nestes últimos dias de dezembro, podíamos ter escrito uma carta com estas palavras, mas teríamos de acreditar no senhor barbudo, vestido de vermelho, que realiza desejos, ou noutra figura providencial, que com palavras sonantes resolvesse todos os problemas, mas não acreditamos nem num nem noutro. A vida continua a ensinar-nos que se queremos alguma coisa temos de trabalhar e lutar por ela. Não há cá salvadores da pátria, há sim muita gente de trabalho e muita gente que precisa de transportes para ir trabalhar.
Esta época é também tradicionalmente assinalada por balanços do ano que está a acabar e por desejos ou resoluções para o ano que se inicia. São listas dos melhores livros, discos do ano e de filmes que se tornam clássicos instantâneos. São promessas de dietas e de exercício físico a começarem nos primeiros dias de 2024…
Na Comissão de Utentes de Transportes da Margem Sul o balanço que fazemos de 2023 passa pela consolidação da Carris Metropolitana e a chegada do primeiro barco para a Transtejo (do lote de dez barcos prometidos desde 2018).
E temos vários desejos para 2024, a saber:
Para a Fertagus, desejamos o aumento da frequência. É insuportável viajar já há tantos meses com as carruagens sobrelotadas na hora de ponta! Assim como desejamos a extensão do serviço à Gare do Oriente e, dos horários que hoje terminam em Coina, ao Pinhal Novo, potenciando a ligação com a CP.
Para o Metro Sul do Tejo, desejamos o crescimento da rede, à Cruz de Pau, ao Seixal, à Costa da Caparica… São 15 anos de Metro que não pode ficar parado! Assim como desejamos uma efetiva manutenção dos carris e das composições, onde já vamos encontrando portas e equipamentos de leitura dos bilhetes avariados, para lá do ruído que voltou em força.
Para a Carris Metropolitana, desejamos a colocação dos abrigos e das paragens em falta nos novos percursos e o respeito pelos horários anunciados.
Para a Transtejo, desejamos a efetiva renovação da frota e a dotação dos meios humanos e materiais necessários à prestação do serviço público de transporte fluvial atual, bem como a criação de uma ou mais ligações entre os concelhos da margem Sul (Almada, Seixal, Barreiro, Montijo).
Para as acessibilidades de Almada, desejamos a extinção das portagens na A33 e na Ponte 25 de Abril, com a desclassificação e reconfiguração da A2 entre o nó do Fogueteiro e a praça da portagem.
Como resolução para 2024 e para os anos seguintes, temos a determinação de continuar a defender o Direito à Mobilidade dos cidadãos de Almada. Uma determinação que assenta na consciência de que não haverá prendas no sapatinho se não lutarmos por elas e que a reivindicação organizada dos utentes alcança mais resultados que qualquer Pai Natal.
https://almadense.sapo.pt/opiniao/a-inacessibilidade-invisivel-do-metro-de-almada/