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“Ver para querer”: EXPO da FCT trouxe a Almada mais de oito mil alunos

Num dia repleto de atividades, a FCT NOVA abriu portas a alunos do ensino secundário que exploraram, entre mapas e departamentos, os vários percursos de aprendizagem que o campus tem para oferecer. 

 

“Eu queria ir ver alguma cena de biologia!” “Eu gostava de ir ao departamento de Física!”. No metro de Almada, direção Universidade, é já alto o burburinho de entusiasmo que se faz sentir. Chegando ao seu destino, estes alunos do ensino secundário vão, pela primeira vez, entrar no enorme mundo que é a Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade NOVA de Lisboa. Através de um dia aberto, organizado à sua medida, poderão ficar a conhecer as licenciaturas, os mestrados e os núcleos estudantis que dão vida a este campus universitário. “Um dos maiores da Europa”, sublinha o subdiretor da instituição, José Paulo Santos, em declarações ao ALMADENSE. 

Entrando no enorme campus da FCT, localizado na Caparica, o ALMADENSE recebe um mapa que serviré de guia num polo universitário que conta, no total, com 32 edifícios. O burburinho transforma-se, agora, em verdadeiro entusiasmo, e os jovens, sem medos, aproximam-se para colocar questões sobre os cursos e ver as bancas, onde podem tomar contacto com experiências científicas e atividades interativas. 

Para além de explorar livremente, os alunos podem escolher entre três percursos organizados, cada um deles com o nome de um grande cientista. O ALMADENSE escolheu, por sugestão de uma prestável estudante voluntária, o percurso Nikola Tesla. Foi este que nos levou a entrar, expectantes, no departamento de Engenharia Física. Aí, a aluna de 2. º ano Marta Ferreira explica-nos a experiência a que assistem, atentamente, vários jovens: “a nossa experiência hoje envolve mecânica quântica”, conta. “E também um bocadinho de criogenia”. 

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Na mesma sala, um comboio que percorre initerruptamente, através do nitrogénio líquido, um percurso circular feito de vários ímans. Henrique, também aluno de Engenharia Física, destaca: “podia ir ali buscar um café, podia vir cá amanhã e isto continuava a andar”. Enquanto o comboio prossegue, imperturbável, no seu percurso, os colegas apontam as vantagens práticas deste tipo de energia, mais sustentável, e que permite, por não implicar tracção, velocidades inigualáveis. 

 

FCT NOVA: “Uma dinâmica muito própria”
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José Paulo Santos, subdiretor da FCT NOVA.

 

As palavras do subdiretor José Paulo Santos, no início da visita, resumem a missão deste dia aberto na Universidade: “estamos a cumprir, também, uma função de literacia científica; às vezes vê-se a ciência e tecnologia como algo muito enfadonho, que não vale a pena, e nós quisemos acabar com esse mito, mostrar que a ciência e tecnologia também é muito divertida”. 

Através de experiências e de conversas com investigadores, a EXPO constitui um espaço de partilha, em que os alunos podem realmente entrar em cada uma das licenciaturas e dos centros de investigação da FCT. Ultrapassando todas as expectativas, foram mais de oito mil os alunos –provenientes das mais variadas zonas do país– que visitaram a evento deste ano, realizado no dia 19 de abril.

A energia dos estudantes que visitam a FCT é contagiante. “Estou impressionado com a facilidade com que os voluntários falam connosco, é um ambiente muito amigável e familiar”, conta António, um aluno da Escola Secundária de Sampaio, em Sesimbra. O colega Miguel, concordando, acrescenta: “a faculdade é muito grande, tem muitos cursos, muitas áreas por explorar”. E já têm ideia do que querem seguir? “Já temos alguns cursos fisgados, principalmente na área das engenharias”, afirma, impressionado com a dimensão do evento.

E porquê um dia aberto tão grande? Desta vez, é Rui Igreja, o coordenador geral da EXPO, que responde ao ALMADENSE: “isto é um bocadinho o dia-a-dia deste campus; nós temos cerca de 8500 alunos, 100 investigadores, quase 500 professores, e é isto que confere a este campus uma dinâmica muito própria”. José Paulo Santos acrescenta: “porquê grande? Porque nós somos grandes”. Não só em dimensão e número de alunos, mas também na oferta educativa: a FCT disponibiliza aos seus alunos 19 licenciaturas, 50 cursos de mestrado e 37 cursos de doutoramento. “Aqui”, refere o subdiretor, “os estudantes podem ver para querer, esclarecer dúvidas e conhecer melhor os cursos”. 

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O campus para além da ciência

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Mas nem só de cursos se faz a vida estudantil. Entre departamentos, entre os quais o de Química e o de Matemática, e atividades como o Jenga Matemático ou o jogo Matemática aos Saltos, saltam à vista os placards cheios de cartazes que se espalham por todo o campus: são os posters de atividades dos Núcleos Estudantis, que apelam à participação nos mais variados eventos. No jardim frente à biblioteca, desenrolavam-se jogos de matraquilhos humanos e de bubble football, bem como um concerto da TunaMaria. 

À sombra, encontram-se as bancas de alguns dos núcleos estudantis da FCT: o Clube de Jogos de Tabuleiro, O Clube de Leitura, o PATA – Núcleo de Proteção Animal ou o Núcleo Pride. Abrigados do sol forte do meio-dia, conversámos com Inês Santos, membro do clube de Literatura. “Nós, aqui na Faculdade, tentamos ter a maior diversidade possível: temos núcleos de arte, cultura, ciência, jogos….”. E como funciona o clube de leitura? “Tentamos ter encontros semanais”, indica, “embora às vezes com os testes não seja possível; e não fazemos apresentações orais, falamos dos livros num ambiente descontraído, entre amigos”. 

 

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São mais de 30 os núcleos da FCT, onde se destacam as tunas masculina e feminina, vencedoras de vários prémios a nível nacional, os núcleos desportivos, com atletas a competir a nível olímpico, ou o Núcleo de Teatro, premiado em 2022 como o melhor núcleo de teatro académico, o que constitui “um grande orgulho”, refere José Paulo Santos.

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Para Rui Igreja, esta vertente social é indispensável à experiência de estudar na FCT: “ao fim e ao cabo, os alunos vão passar aqui pelo menos cinco anos da sua vida; as vertentes desportiva, cultural e recreativa fazem parte desta experiência”. 

 

Ciência e Arte

Já perto do fim da visita, encontramos Gabriela , aluna de 2.º ano da licenciatura em Conservação e Restauro, que alia à ciência uma vertente artística. Na banca do seu curso, mostra a duas alunas como revelar fotografias através de uma solução corante, criando bonitas imagens de fundo azulado. Entretanto, vão surgindo dúvidas e respostas: “Que saídas profissionais tem o curso?”. Gabriela responde prontamente: “Por exemplo, na fotografia consegues trabalhar muito com arquivos, temos uma grande quantidade de papéis, de documentos ainda por conservar. E no mestrado tens a vertente da investigação, da procura de novas técnicas mais avançadas e sustentáveis”. 

“Temos tido uma adesão bastante grande aqui em Conservação e Restauro”, refere Gabriela ao ALMADENSE. “Este dia serve também para tirar algumas preocupações, algumas dúvidas que possam ter sobre a faculdade e o nosso curso”. No final da EXPO, os alunos podem levar as fotografias que criaram.

A caminho do metro, temos ainda a oportunidade de falar com três alunas de 9. º ano, que se sentam um pouco para descansar e conversar. Vêm de Loures, e já decidiram seguir a área de ciências. Depois de quatro horas dentro das portas da FCT, saíram com a sensação de ter entrado num outro mundo, ainda com tanto por descobrir.

 

Fotos: Bruno Marreiros

 

https://almadense.sapo.pt/cidade/estudantes-da-fct-cuidam-dos-animais-errantes-do-monte-da-caparica/

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