Projeto da FCT NOVA foca-se na investigação de crio-microscopia eletrónica, que permitirá desenvolver estudos no tratamento de várias doenças, como Alzheimer ou cancro.
A NOVA School of Science and Technology (FCT NOVA), cujo campus se localiza na Caparica (concelho de Almada), obteve um financiamento de 2,5 milhões de euros, por parte da União Europeia, no âmbito da iniciativa ERA Chair Actions. Os fundos visam o estabelecimento do primeiro grupo de investigação em Portugal na área da crio-microscopia eletrónica (cryoEM) para Biologia Estrutural, informou a instituição em comunicado.
cryoEM é uma técnica que visa obter “imagens de amostras biológicas a temperaturas muito baixas, permitindo conseguir informação importante sobre grandes grupos de proteínas no seu estado mais puro”, adianta a FCT. Esta técnica, distinguida com o Prémio Nobel da Química em 2017, tem sido utilizada para determinar a estrutura de vários vírus, incluindo o SARS-CoV-2 (que causa a Covid-19), e também no estudo da cura da doença do Alzheimer, cancro e cistos.
Intitulado “CryoEM@NOVA”, o novo projeto estará integrado na Unidade de Ciências Biomoleculares Aplicadas da FCT e conta com coordenação do Investigador Coordenador Hartmut Luecke, além da colaboração com Maria João Romão, Eurico Cabrita e Ana Luísa Carvalho. O polo da FCT NOVA localizado em Almada dará apoio à preparação, expedição e tratamento de dados de cryoEM de amostras de utilizadores do primeiro Crio-Microscópio Eletrónico em território português, que será “instalado no Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL) em Braga, e com inauguração prevista para fevereiro de 2023”, adianta a instituição.
Para Maria João Romão, este financiamento é muito importante não só para a “unidade de investigação (UCIBIO) e laboratório associado i4HB, mas também para Portugal, pois vai permitir criar o primeiro grupo especializado em cryoEM dedicado à investigação e formação nesta técnica de ponta para a Biologia Estrutural”, provando-se, assim, “uma excelente oportunidade única para a formação de novos investigadores nacionais e estrangeiros em Biologia Estrutural”. A investigadora também realça que a continuação do desenvolvimento da técnica cryoEM ajudará a descobrir novos fármacos, mas também ter os seus usos noutras áreas da saúde e até do ambiente.
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