Do hip hop ao fado, passando pela música africana, são vários os ritmos da lusofonia representados na edição deste ano do Sol da Caparica, que volta a trazer animação ao Parque Urbano da Costa da Caparica.
“Podia ser vosso avô”, diz José Cid, enérgico e sorridente, à plateia de jovens que o ouve. Envolvendo o público, o artista de 81 anos canta os seus temas mais conhecidos, entre os quais “Como o Macaco Gosta de Banana”. Antes, pelo palco Dom Tápparo, já passaram Bispo e Valete, um dos grandes nomes do rap lusófono e um dos preferidos do público almadense.
Nem o nevoeiro desmotivou os festivaleiros da Caparica que, no segundo dia de festival, começaram a encher o recinto a partir das 17h. Entre as novidades de 2023, contam-se a área VIP e o espaço de mobilidade reduzida.
O festival que valoriza a música portuguesa vai já na oitava edição. Já habituadas a assitir ao Sol da Caparica, as festivaleiras Marta e Sofia esperam ver Julinho KSD, Plutonio e Wet Bed Gang. Até agora, a artista preferida foi Carolina Deslandes. Para as duas jovens, este ano “está tudo muito bem organizado”, destacando a limpeza dos espaços.
Entre concertos, enquanto os festivaleiros conversam, Helena, Maria, Beatriz Rodrigues e Beatriz Domingues aguardam para atuar no palco Matrizauto Dança. Pertencem à Jazzy Dance Studios, que traz dançarinos de várias escolas do país ao Sol da Caparica. Os alunos do Porto contam estar a ser bem acolhidos em Almada, e mostram-se entusiasmadas por começar a sua exibição de danças urbanas.
Também no palco Matrizauto acontecem os espetáculos de comédia stand-up, como o de Guilherme Duarte. Em palco, o comediante cria um “consultório do amor”, no qual a plateia pode participar – em troca de uma cerveja. O ambiente é quente, e os risos fazem-se ouvir à sombra das árvores.
Para além da comédia, da dança e da música, o público pode assistir à iniciativa “Debaixo da Língua”, um projeto que promove a língua portuguesa através de conversas entre personalidades de destaque no mundo da comunicação. A 19 de agosto, a conversa foi com Gaby Fernandes, músico angolano que celebra 30 anos de carreira no Sol da Caparica, e Paula Cardoso, jornalista e fundadora do projeto “Afrolink”.
Para Gaby, “há muito poucos festivais como o Sol da Caparica, onde podem ouvir-se todos os ritmos da lusofonia”. Por isso, importa celebrar. É essa celebração que o músico promete para mais tarde, num concerto em que não faltará o sucesso “Yolanda”.
Por perto, conversam e descansam três jovens: Maria, Margarida e Angélica. De maquilhagem brilhante e sorriso no rosto, confessam gostar do Sol da Caparica por ser “um festival pensado para o público adolescente, onde há espaço para as coisas e há muitas atividades”. Esta é a segunda edição do festival a que assistem. Chico da Tina, Deejay Telio e Danny Gato, os seus músicos prediletos, estão quase a chegar.
No último dia do festival, 20 de agosto, há atividades para os mais novos, de manhã, e músicos como Pedro Mafama, Regula e Matias Damásio para descobrir a partir das 16h. O Sol da Caparica é organizado pelo Grupo Chiado, em parceria com a Câmara Municipal de Almada.
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