Segunda-feira, Dezembro 11, 2023
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JMJ em Almada: o encontro entre culturas acontece no Parque da Paz

Missa, catequese, confissões, concertos religiosos. Nos primeiros dias de agosto, a Jornada Mundial da Juventude trouxe atividades pouco habituais ao Parque da Paz, que se transformou em local de celebrações religiosas. A afluência, contudo, tem estado abaixo do esperado.

 

Na clareira do Parque da Paz, em Almada, um grupo de peregrinos e voluntários aproxima-se do palco para conversar e tirar fotografias com o bispo de Angra, D. Armando Esteves Domingues, que acaba de presidir ao encontro “Rise Up”, decorrido na parte da manhã.

Naturais do Rio de Janeiro, Eleidiane e Tuane são duas das peregrinas que esperam calmamente a sua vez para saudar o bispo. Chegaram com um grupo de 180 pessoas e estão alojadas deste lado do Tejo – Tuane na Escola Secundária Fernão Mendes Pinto, no Pragal, e Eleidiane numa escola básica em Pinhal de Frades. “Estamos a gostar muito de Almada. As instalações são boas e os voluntários são muito simpáticos!”, contam ao ALMADENSE.

Durante três dias – 2, 3 e 4 de agosto – celebraram-se no palco do Parque da Paz os encontros “Rise Up”, um novo modelo de catequeses que desafia os jovens a pensar nos problemas mais prementes da atualidade. Este ano, os temas escolhidos são ecologia, fraternidade e misericórdia, bastiões da ação do Papa Francisco. Protegidos pelas sombras do parque, em manhãs já quentes, os jovens cantam e refletem em comunidade.

O Parque da Paz tornou-se durante a Jornada Mundial da Juventude o centro da celebração em Almada, trazendo peregrinos de todo o mundo. No palco aqui instalado decorrem vários eventos e transmissões, desde a receção e acolhimento de peregrinos, no primeiro dia da Jornada, até à transmissão em direto de momentos relevantes, como a Cerimónia de Acolhimento ao Papa Francisco ou a Via-Sacra.

 

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Ana Pato é uma das voluntárias da paróquia do Laranjeiro e Feijó. “Acolhemos os peregrinos, damos-lhes o pequeno-almoço, acompanhamo-los, e tentamos manter o ambiente o mais feliz e animado possível, para que eles possam viver a Jornada na sua totalidade!”, explica. E estão a conseguir.

No Laranjeiro e Feijó foram acolhidas cerca de 1100 pessoas. Para Ana, a organização em Almada “está muito bem conseguida”, permitindo a estes jovens “experienciar as Jornadas fora da confusão e viver a nossa Almada, que é feita de verde”. E, nestes últimos dias, também do amarelo vivo das suas t-shirts.

 

Momentos musicais

Ao lado dos encontros de reflexão e comunhão religiosa, a JMJ traz também ao Parque da Paz momentos de convívio, como o Festival da Juventude, que contou com a música de várias bandas na tarde de terça-feira, dia 2 de agosto. 

Os Santo Bungee, banda de pop rock católico mexicana, só vai subir ao palco depois das 21h, mas os seus integrantes (os três irmãos Carolina, Booz e Betel) já circulam pelo parque desde o início da tarde.

No México estão habituados a levar música a várias paróquias, mas admitem que no seu país “os jovens já não querem saber muito da Igreja”. Por isso, estão muito entusiasmados com a participação na JMJ. “Neste encontro com jovens católicos de todo o mundo já não nos sentimos em minoria. Podemos partilhar a nossa fé. Alimenta-nos o coração”, contam, sorridentes, ao ALMADENSE.

 

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Mas a Jornada também vai para além de um encontro entre católicos: constitui, igualmente, um encontro entre culturas, uma oportunidade de conhecer novos países e outras formas de viver. Desta forma, o evento espraia-se para além da comunidade religiosa, na qual os músicos não têm de estar inseridos para atuar no Festival da Juventude.

É esse o caso dos Sogranora, que subiram ao palco do Parque da Paz, pelas 20h. A banda seixalense foi convidada a tocar para os peregrinos – e para os almadenses – sentados na relva, ao pôr do sol. Os jovens aproximam-se do palco, dançam, jogam ao limbo e desfrutam da música à sombra das árvores.

Depois do concerto, Ricardo, Tomás e Vasco – o núcleo duro dos Sogranora – conversam com o ALMADENSE.  “Viemos para promover a nossa música”, explica Ricardo, “e foi um concerto muito bonito, com esta bela luz do sol”; entre vários espectáculos já realizados em Almada, os músicos expressam o seu desejo de tocar no jardim da Casa da Cerca. Confessam, contudo, que esperavam ver “mais gente” na plateia do Parque da Paz. 

Sábado, dia 5, a Vigília com o Papa Francisco será transmitida a partir das 20h45 no palco do Parque da Paz. Já no domingo, dia 6, será possível assistir à transmissão da Santa Missa, também no Parque da Paz, a partir das 9h da manhã.

 

Com Maria João Morais

Fotos: Bruno Marreiros

 

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