Candidato social-democrata afirmou que o projeto para Almada “é para oito anos”. Evento de apresentação contou com a presença do ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz.
Está oficialmente apresentada a candidatura de Hélder Sousa Silva pelo Partido Social Democrata (PSD) à Câmara Municipal de Almada. O evento decorreu no Clube Náutico de Almada pelas 18h de domingo e contou com a presença de várias figuras ilustres do PSD, a nível municipal e nacional, num final de tarde onde o eurodeputado e antigo autarca de Mafra assumiu a enormidade do desafio: conquistar uma câmara que, em todo o período democrático, nunca virou à direita.
No discurso de apresentação, o social-democrata reconheceu “não ter uma grande ligação” ao município, mas garantiu que já está no terreno a conhecer as suas dinâmicas e problemáticas. “Faz algum sentido Almada estar como está?”, atirou, apontando aos executivos municipais do Partido Socialista (PS), desde 2017, e do Partido Comunista Português (PCP) nas quatro décadas anteriores.
A vontade declarada não é apenas a de melhorar os resultados obtidos nas últimas eleições autárquicas, onde o PSD não foi além dos 10,7%, mas de conquistar uma autarquia que os social-democratas nunca conseguiram vencer. Nesse sentido, Sousa Silva traçou as linhas gerais de um projeto que, diz, é de longo-prazo. “É um projeto, no mínimo, para oito anos. Sei que é ambicioso, mas vamos recuperar o tempo perdido”, disse o atual eurodeputado.
Ao longo do discurso, o candidato fez-se valer da experiência em Mafra, onde foi presidente da câmara municipal entre 2013 e 2024 (quando foi eleito para o Parlamento Europeu), afirmando a vontade de trazer várias das mesmas iniciativas para Almada. “O desafio em Mafra era grande, mas jogava em casa. O desafio de Almada é incomensuravelmente maior”, disse o social-democrata, que sublinhou o “enorme potencial” de Almada que, no seu entender, não tem sido aproveitado. “Não é aceitável que um concelho que tem tanto para dar esteja tão esquecido.”
A saúde e a segurança estiveram entre os principais temas do discurso. Hélder Sousa Silva descreveu a primeira como “uma área que preocupa todos os almadenses”; quanto à segunda, classificou-a como fundamental para o desenvolvimento do concelho, e prometeu ajudar a dotar de meios as forças de segurança do município. O candidato destacou ainda a educação, que caracterizou como “o melhor elevador social” e uma aposta do seu executivo de Mafra, e a empregabilidade, para que Almada não seja apenas um lugar para dormir no fim da jornada de trabalho.
“Em Mafra tínhamos exatamente o mesmo problema: os casais que se fixavam tinha de ir e vir de Lisboa todos os dias. Hoje há 20 mil novos postos de trabalho, os movimentos pendulares são menores. É preciso criar mais emprego em Almada, de forma a que os almadenses não tenham de sair daqui, e de forma a que Almada se torne competitiva com Lisboa”, defendeu.
Ministro das Infraestruturas destaca “visão” de Sousa Silva
Destacando o mérito e capacidade de trabalho de Hélder Sousa Santos, o responsável partidário afirmou a necessidade de uma mudança de ciclo, “necessária e urgente”, para Almada. “Muitas vezes, ouvimos os partidos de oposição usarem o slogan de “fazer diferente”, mas em Almada a questão não é fazer diferente: é mesmo fazer! Simplesmente fazer, porque não podemos continuar a adiar o potencial gigantesco deste grande concelho”.
Convidado de honra da sessão, o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, esteve no evento enquanto membro da direção nacional do PSD e amigo de longa data de Hélder Sousa Silva. Apesar de não estar originalmente previsto, o ministro acabou por falar aos presentes, num breve discurso em que elogiou as qualidades humanas do candidato a Almada. “É um marido, um pai e um cidadão exemplar, e alguém apaixonado por todos os projetos onde se envolve, e não podia estar mais contente de estar aqui ao seu lado”, disse Pinto Luz.
Embora não estivesse oficialmente em funções governativas, o ministro não deixou de “colocar o chapéu” durante parte do seu discurso, referindo a Almada como “a grande aposta do Governo para o futuro da Área Metropolitana de Lisboa”. Destacando obras anunciadas como o túnel Algés-Trafaria, o projeto de prolongamento do metro, ou as várias infraestruturas projetadas no âmbito do novo aeroporto em Alcochete, Miguel Pinto Luz afirmou que o município “precisa desta visão, deste arrojo que o Hélder lhe pode dar”, para se afirmar como pilar de desenvolvimento da região.
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