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Lesados do Tejo

Paulo Sabino, presidente do PSD Almada                                                                                                                                                                 

A Transtejo serve atualmente dois terminais fluviais no concelho de Almada, com milhares de deslocações diárias, mas aquilo a que todos assistimos é que os anos vão passando e continuamos com um serviço ineficiente e incapaz de servir com qualidade os utentes.

 

Serviço público é um serviço fornecido a pessoas atendendo a uma necessidade existente, seja prestado através do setor público ou através do sector privado. No caso da Transtejo, os governos têm optado por ser um serviço 100% público. 

Todos nós, mas sobretudo os milhares de utentes que diariamente usufruem deste serviço, consideram-no um serviço essencial para estudar e trabalhar na outra margem do Tejo.

Como se não bastasse a sobrelotação e a falta de manutenção adequada, a Transtejo brinda-nos com os sucessivos “constrangimentos técnicos da frota” que levam às constantes supressões. Umas devido a avarias, outras pela constante reivindicação por parte dos trabalhadores que contestam melhorias salariais e contratação de mais funcionários.

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E é assim, de greve em greve, de paralisação em paralisação, de plenário em plenário, que a Transtejo vai esticando a corda a cada trabalhador e a cada utente.

Numa altura em que os portugueses têm cada vez mais dificuldade em pagar as suas contas, os utentes que necessitam deste serviço para estudar e trabalhar, são obrigados a usar meios mais dispendiosos, como a sua viatura ou a utilização de TVDE. Ficam obviamente de fora todos os utentes que não têm alternativa. E isto tem impacto na vida e na carteira de cada utente!

Em 2019, António Costa, curiosamente em ano de eleições europeias e legislativas, prometeu renovar a frota obsoleta e a Transtejo cumpriu. 

Desprezando as instituições conhecedoras de transportes e mobilidade, a Transtejo colocara a concurso, a aquisição de embarcações com propulsão a gás natural, que naturalmente não acolheu qualquer proposta. Mas numa clara propaganda política e numa intenção de mostrar à União Europeia que Portugal estava na linha da frente da descarbonização, a Transtejo fez algo que nenhum país no mundo tinha conseguido. Adjudicou dez navios elétricos por 52,4 milhões de euros. Sim, 52,4 milhões de euros, mas apenas um com bateria.

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Numa fase em que o país acreditava ainda em António Costa, esta propaganda silenciou os partidos que suportaram a geringonça e nada os fez despertar para o problema que aí vinha. Agora, em 2023, depois da compra de nove baterias, pelo valor de 15,5 milhões de euros, o Tribunal de Contas vem considerar este comportamento irracional e ilegal! 

De imediato, a presidente do conselho de administração, Marina Ferreira pediu a demissão, mas afirma que o procedimento foi bem feito e que promoveu o interesse público. Infelizmente, já vamos tarde em analisar a competência do Conselho de Administração porque tudo o que fizeram foi do inteiro conhecimento do Governo e autorizado e consentido por ele. Insistir nessa análise conduz apenas à desresponsabilização de quem governa.

Ora, a Transtejo serve atualmente dois terminais fluviais no concelho de Almada, com milhares de deslocações diárias, mas aquilo a que todos assistimos é que os anos vão passando e continuamos com um serviço ineficiente e incapaz de servir com qualidade os utentes. 

E quando tudo parecia ficar por aqui, eis quando surge a notícia inusitada de que o Cegonha-Branca, o primeiro navio elétrico (já com bateria) chegou, mas sofre danos no casco e tem de ser reparado. Seria cómico, se não estivéssemos a falar de dinheiro público. 

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É hora do Governo dar uma resposta firme aos trabalhadores e aos almadenses e não permitir que uma empresa fique refém dos sindicatos e que prejudica os utentes. 

Que tem a dizer a senhora presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros, sobre um problema que tanto aflige os utentes da Transtejo?

Que tem a dizer o Primeiro-ministro António Costa sobre negócios que lesam o estado e os seus contribuintes?

Se o Governo não tem condições para gerir aquilo que lhe pertence, então pense em privatizar a Transtejo dando oportunidade a outra entidade de gerir com competência e eficiência. Os utentes e os contribuintes agradecem! 

Sendo os transportes e mobilidade uma área crucial para a economia do país, temos mais uma prova de que o Partido Socialista não pensa no futuro das novas gerações. 

“Lesados do Tejo”, a novela que promete continuar com episódios negros e com a sua frota completamente obsoleta, não dará descanso aos protagonistas dos trabalhadores que continuarão a reivindicar os seus diretos, aos utentes que continuarão a reclamar do serviço não prestado e aos contribuintes que pagarão tudo isto.

 

https://almadense.sapo.pt/opiniao/jornalismo-local-que-futuro/

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