Operadora considera o desempenho “positivo”, especialmente tendo em conta os “desafios estruturais com que o transporte rodoviário se confronta diariamente”.
A Carris Metropolitana garante que o problema da falta de motoristas está ultrapassado na Área 3, que inclui os municípios de Almada, Seixal e Sesimbra. Numa resposta enviada por escrito ao ALMADENSE, a operadora informa que a Transportes Sul do Tejo (TST), empresa responsável pelo serviço nesta zona, “atualmente não enfrenta dificuldades na contratação de motoristas”, fator considerado importante para a estabilização da operação.
No concelho de Almada, essa melhoria faz-se notar nos números dos primeiros quatro meses de 2025. De acordo com a Carris Metropolitana, nos primeiros quatro meses do ano, foi registada uma taxa de cumprimento do serviço de 97%, com cerca de 80% das ligações a serem realizadas “sem atrasos expressivos”, denotando uma evolução positiva na qualidade do serviço, quando se compara com o momento da introdução da nova operação rodoviária na Área 3, há quase três anos.
Questionada pelo ALMADENSE sobre qual a metodologia utilizada para calcular a taxa de cumprimento de 97%, fonte da Carris Metropolitana detalhou que “a taxa de cumprimento de serviço corresponde à percentagem de viagens efetivamente realizadas em relação ao total de viagens previstas para um determinado período”. Além disso, explicou, uma viagem é considerada efetuada quando há dados em tempo real ao longo de todo o percurso, enviados pelos operadores à Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML). Isso permite garantir o pagamento apenas das viagens realizadas, verificar o cumprimento do trajeto planeado e monitorizar a qualidade da informação fornecida aos passageiros.
A operadora considera que este resultado traduz um desempenho “positivo”, sobretudo tendo em vista os “desafios estruturais com que o transporte rodoviário se confronta diariamente”. Entre os principais obstáculos ao nível das infraestruturas, a Carris Metropolitana destacam os engarrafamentos nas vias principais — especialmente nas horas de maior tráfego —, a escassez de faixas BUS em certos corredores, as dificuldades de circulação em zonas urbanas com ruas estreitas ou mal planeadas, e a inexistência de equipamentos essenciais, como Terminais e Interfaces adequados, em várias áreas do território.
O cálculo da fiabilidade é feito com base numa análise entre o planeado e o executado, recorrendo a dados da bilhética e sistemas em tempo real. Mais informa a empresa que, dos 3% de serviços não-assegurados, a maioria não se deveu à falta de motoristas, e sim a “fatores como o trânsito, avarias ou falhas em sistemas tecnológicos”.
Recorde-se que o serviço, que se estreou em Almada no verão de 2022 (e ao qual, numa fase inicial, foram apontados vários problemas), tem vindo a crescer, registando no ano passado um aumento de 17% no número de passageiros, tendo transportado mais de 17 milhões de utentes — números que, ainda assim, ficam aquém do crescimento registado em outros municípios onde a rede de transportes opera, como Cascais, Palmela ou a Moita.
Questionada sobre eventuais medidas no horizonte para melhorar a fiabilidade e frequência do serviço, a operadora não adiantou pormenores, garantindo, no entanto, manter “uma atuação próxima dos operadores e das autarquias, com o objetivo de garantir uma rede que se adapte de forma contínua às necessidades dos passageiros”.
Para o futuro, diz ainda estarem já previstos vários reforços no serviço, a começar já em junho, com a anunciada reestruturação da linha 3527 e das ligações à NOVA FCT e ao Almada Forum. Para o centro comercial, em particular, a empresa diz estar em curso “uma análise detalhada” ao serviço, “com especial foco no período noturno e de fim de semana, tendo em vista a melhoria do serviço prestado aos seus colaboradores”.
Finalmente, a operadora anuncia ter previstos “reforços para o período de verão”, especialmente nas ligações às praias, com particular atenção à operação ao fim de semana.
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