Pensado para promover a biodiversidade, o “pulmão verde” de Almada atrai fauna e flora de forma orgânica e natural.
Almadenses (e não só) frequentam os relvados deste espaço com vista à prática de desporto e convívio social. Piqueniques no verão são imprescindíveis, assim como corridas no inverno. O Parque da Paz foi, e é, um lugar de privilégio para a saúde física e mental no coração de Almada.
Inicialmente, o pulmão da cidade foi desejado para resolver um problema de cheias na zona da Cova da Piedade. “Colocámos aqui duas bacias de retenção, que atenuam o volume significativo de água quando existem fenómenos de precipitação. O lago, por exemplo, é essencialmente um passeio de retenção. E criámos pequenas arcas, zonas de encharcamento, em que toda a água que cai no parque é absorvida pelo próprio terreno e vão dar ao lago, à bacia de retenção”, conta Cristina Glória, chefe de divisão do Parque da Paz, ao ALMADENSE. Hoje, as duas bacias de retenção que atenuam o volume significativo de água —aquando fenómenos de precipitação— são o habitat de inúmeras espécies.
“Temos espécies diferentes em diferentes estações do ano. Quando surge uma zona verde como este parque, sabemos logo que vai promover a biodiversidade. Inicialmente, não havia qualquer vida animal, com a construção do parque, das bacias de retenção, de haver muita água, a biodiversidade que é visível a qualquer um nós, não foi colocada aqui. Os patos, os gansos, as galinholas também, que não havia e que agora existem, as cobras, abelhas, aves, colonizadores, esquilos, todos surgiram naturalmente. Essencialmente, é deixar e respeitar a diversidade”, acrescenta Cristina Glória.
Diversidade de espécies
Em 1997, o objetivo de Sidónio Pardal, arquiteto paisagista responsável pela planificação do Parque da Paz, em Almada, era criar um espaço para construir Natureza. Hoje, o desenho do parque é uma referência a nível internacional. Nos seus 60 hectares, os bosques convivem com os lagos, as árvores, as flores, os prados, as ubelinhas, os pássaros ou as borboletas. Contudo, há muitas outras espécies que compõem a biodiversidade do Parque da Paz que são invisíveis a olho nu.
O lago grande, junto à escultura de José Aurélio, o “Monumento à Paz”, é a principal zona húmida do parque, onde se encontra um conjunto diversificado de aves aquáticas: gaivota-de-asa-escura, guarda-rios, galinha-de-água, guincho, pardal, mergulhão-pequeno, etc. O mergulhão-pequeno é, por exemplo, uma espécie muito reconhecida pelos visitantes. Similar ao pato, este ser tímido, sem cauda, mantém-se quase sempre junto às margens do lago. Durante a primavera e o verão, tem as faces e pescoço avermelhados e, no inverno, estas tornam-se acastanhadas. O pato real é uma outra espécie muito presente no Parque da Paz.
Insetos, répteis e anfíbios são também elementos importantes no lago do parque. Ubelinha-de-graelis, libelinha-anã, castanhinha-africana, tira-olhos-outonal, tartaruga-da-flórida, são alguns dos nomes dos exóticos seres que voaram e mergulham nesta zona húmida.
Toda a fauna e flora do Parque da Paz sobrevive voluntariamente e naturalmente neste espaço verde da zona urbana de Almada. São organizados passeios pela divisão de Educação Ambiental e Sensibilização Educação Ambiental, com intuito de observação das espécies. Esta divisão da Câmara Municipal de Almada encarregou-se também de criar uma estação da biodiversidade no Parque, onde os visitantes podem fazer o percurso da biodiversidade visualizando os diversos painéis de informação.
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