Empreitada resultou de uma obrigação contratual que impôs à concessionária um aumento no número de vias de circulação.
As obras de alargamento do IC20, via rápida que liga Almada à Costa da Caparica, terminaram esta segunda-feira, dia 2 de junho, anunciou a Câmara Municipal de Almada em comunicado.
Iniciada em outubro de 2023, a empreitada de alargamento do IC20 de três para quatro vias por sentido, estendeu-se por um troço de 3,9 quilómetros entre o Centro Sul e a FCT NOVA, na Caparica. Os trabalhos prolongaram-se durante 20 meses, tendo sido cumprido o prazo inicialmente previsto.
A obra resultou de uma obrigação contratual que impôs à concessionária, a Autoestradas do Baixo Tejo, o alargamento do número de vias, uma vez atingido um volume de tráfego médio diário anual superior a 60 mil veículos por dia.
Além do aumento no número de vias, foram também construídos um túnel e um viaduto que visam melhorar o acesso à Ponte 25 de Abril.
“Esta foi uma das exigências da autarquia desde o primeiro momento em que o Estado central anunciou esta intervenção, como contrapartida aos impactos e transtornos desta obra no concelho”, sublinhou a Câmara de Almada em comunicado.
Para os condutores que vêm de Almada e se dirigem à Ponte 25 de Abril, o acesso alternativo à rotunda do Centro Sul passa agora a fazer-se pela rotunda do Monumento aos Trabalhadores da Indústria Naval, junto ao do Hospital Garcia de Orta.
Foram ainda criadas novas passagens pedonais com acessos para modos suaves de mobilidade. Estas encontram-se no nó da Universidade, na zona da área de serviço e estação do Pragal, e no nó do Hospital, este último equipado com elevador para pessoas com mobilidade condicionada.
A conclusão da empreitada provocou esta segunda-feira o corte total da circulação, sem aviso prévio, causando fortes constrangimentos no tráfego da zona envolvente.
Alargamento motivou petição contra
Importa recordar que o alargamento do IC20 foi alvo de uma petição, promovida por um grupo de munícipes que considerou a intervenção desfasada dos objetivos de descarbonização e ineficaz na resolução dos problemas de congestionamento diário naquela zona.
O grupo responsável pela iniciativa, que reuniu mais de 2.800 assinaturas, foi ouvido na Assembleia da República, onde defendeu que, tendo a obra já avançado, a quarta via em construção entre Almada e a Costa da Caparica deveria ser reservada para transporte público, como uma faixa “Bus”, um sistema de autocarro em via própria (conhecido como BRT) ou, em alternativa, convertida em ciclovia.
Na altura, os peticionários contaram com o apoio dos representantes das várias forças políticas presentes, que partilharam da opinião de que o alargamento de três para quatro vias por sentido não será uma solução eficaz para a sobrecarga da circulação rodoviária que se verifica diariamente naquela estrada.
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