São muitas as paragens da Carris Metropolitana que continuam sem abrigos ou lugares sentados. “É preciso começar pelas escolas básicas e centros de saúde”, alerta a Comissão de Utentes.
Junto à Praça São João Baptista, a seguir à Oficina da Cultura, vários utentes esperam diariamente em pé pelo autocarro, por vezes à chuva. “Não se percebe a situação”, comenta uma passageira, indicando que “devia haver mais abrigos para os passageiros”. Outros utentes referem ser esta “uma situação difícil para a população mais idosa”.
Apesar de ser uma paragem central no concelho de Almada, este é um dos locais que continua sem abrigo para os utentes que aguardam pelo autocarro, obrigando os passageiros a aguardar em pé pelo próximo transporte.
O tema gera também preocupação junto da Comissão de Utentes de Transportes da Margem Sul (CUTMS), que instou a Câmara Municipal de Almada para colocar as obrigos em falta nas paragens da Carris Metropolitana.
Como caso paradigmático, a Comissão de Utentes destaca a paragem que serve o Centro de Saúde da Costa da Caparica, que “por não ter abrigo leva os utentes a esperar à chuva e ao sol, junto aos carros estacionados”. Marco Sargento, porta-voz da CUMTS, alerta para a necessidade de “começar pelas escolas básicas e centros de saúde”, diz, em declarações ao ALMADENSE. As freguesias onde os utentes mais denunciaram este problema são a Costa de Caparica, o Feijó e a Cova da Piedade.
“Da parte da Câmara, responderam apenas que o pedido foi reencaminhado para o vereador”, aponta o responsável. “Sempre que há um certo número de abrigos necessários, a Câmara lança um concurso para a sua instalação, mas não está a decorrer nenhum processo” de que a Comissão tenha conhecimento. Aos utentes, Marco Sargento pede para apontarem estas falhas no livro de reclamações eletrónico.
A CUTMS defende que a situação coloca um entrave às “medidas de proximidade e de promoção da utilização do transporte público”, desmotivando os passageiros face à adoção de boas práticas ambientais, necessárias para atingir as metas de descarbonização estipuladas.
Carris Metropolitana remete responsabilidade para a autarquia
Sobre este assunto, a Carris Metropolitana, esclarece que “a responsabilidade do mobiliário urbano, como os referidos abrigos, é das autarquias”. Numa resposta remetida à CUTMS, a operadora de transporte rodoviário adianta ainda que “a localização das paragens da Carris Metropolitana é definida em colaboração com os 18 municípios da área metropolitana de Lisboa, fazendo as alterações ou ajustes que se verifiquem necessários, desde que existam meios para tal.”
Face a esta indicação, a CUTMS indica que irá “insistir com a Câmara Municipal de Almada para que considere a colocação dos abrigos em falta, priorizando aquelas que servem os centros de saúde, as escolas do concelho e as que têm maior procura, como por exemplo a da Praça São João Baptista”.
O ALMDENSE também questionou a Câmara Municipal de Almada sobre a instalação dos abrigos em falta no concelho, mas não obteve resposta.
https://almadense.sapo.pt/mobilidade/carris-metropolitana-introduz-linhas-noturnas-entre-almada-e-lisboa/