Utentes concentraram-se em Cacilhas para pedir a intervenção do Governo e a responsabilização dos intervenientes em relação ao caos que vive no transporte público rodoviário na margem sul.
Desde que arrancou a operação da Carris Metropolitana que João Ludovico, residente no Laranjeiro (em Almada), passou a viver um “pasadelo” de cada vez que ruma a Lisboa, onde estuda e trabalha. “Há menos horários e os autocarros são mais pequenos. Vamos sempre como sardinha em lata”, relatou ao ALMADENSE. Para o jovem, de apenas 18 anos, o que se vive hoje ao nível do transporte público na margem sul é “típico de terceiro mundo”.
O utente foi uma das dezenas de pessoas que este domingo, dia 2 de outubro, participaram numa concentração em Cacilhas convocada pelo movimento “Fartos” para protestar contra as falhas da Carris Metropolitana.
Sucessivamente, vários utentes tomaram a palavra para mostrar o seu descontentamento face ao serviço prestado. A redução no número de carreiras, a falta de informação, o corte dos horários, nomeadamente noturnos e da manhã, foram algumas das principais queixas ouvidas. “O transporte público neste momento é tão mau que passou a haver muito mais trânsito porque as pessoas estão a voltar ao automóvel”, afirmou um dos presentes.
“Tem que ser a sociedade civil a mobilizar-se”, disse ao ALMADENSE Anabela Rocha, membro da organização do protesto. Para a utente, é incompreensível que “não se consiga fazer com que as empresas cumpram o serviço que está previsto”, afirmou, referindo-se tanto à TST, responsável pelo serviço em Almada, Seixal e Sesimbra, como à Alsa Todi, que assegura o transporte nos restantes concelhos da península de Setúbal.
Por isso, o movimento garante que vai exigir uma maior intervenção do Governo e a responsabilização da Área Metropolitana de Lisboa, das câmaras municipais e da Transportes Metropolitanos de Lisboa pelas falhas no arranque da operação.
A contestação às falhas no serviço da Carris Metropolitana continua, de resto, a fazer-se sentir nas últimas semanas, tendo motivado também uma concentração este sábado na Costa da Caparica, convocada pelo movimento “Passageiros de Transportes Públicos da Costa”.
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