Associação Adoro Ser Mulher, fundada pela almadense Ana Cláudia Vaz, pretende dar força às mulheres que arriscam num projeto profissional por conta própria. Na semana em que se assinala o Dia Internacional da Mulher, falamos com a fundadora do projeto e com a gestora em Almada, Sara Dias.
“Para desenvolver um projeto profissional é fundamental a comunicação, a partilha ideias, a troca de contactos”. E as mulheres, porque acumulam muitas tarefas, “têm menos tempo para fortalecer as relações profissionais”. Foi precisamente para estimular essa entreajuda que nasceu a associação Adoro Ser Mulher, uma rede que pretende dar apoio à mulher profissional através de networking, seminários e formações.
“O objetivo é abrir oportunidades” às mulheres que arriscam num projeto próprio, conta Ana Cláudia Vaz, fundadora da organização, em entrevista ao ALMADENSE. “Queremos promover o empreendedorismo no feminino e ajudar na expansão dos projetos”, explica.
Para isso, há mais de cinco anos que fazem reuniões mensais e organizam de forma regular eventos como o que decorre este sábado, dia 7 de Março, para assinalar o Dia Internacional da Mulher, na Base Naval do Alfeite, em Almada. Sob o mote “Mulheres – Força da Natureza”, o encontro inclui as palestras “Ser empreendedora e empresária” com Isabel Freixo e “A liderança feminina num mundo em transformação” com Maria Cristina Cardoso. Em destaque estará ainda uma conversa com uma mulher militar e uma visita ao Museu da Escola Naval.
Uma rede com alcance internacional
A associação teve origem em Lisboa para fomentar o empreendedorismo feminino nacional, mas rapidamente ganhou dois importantes núcleos, em Almada e no Funchal. A partir daí, a comunidade Adoro Ser Mulher continuou sempre a crescer. Hoje tem um impulso internacional, colocando em contacto mulheres profissionais de todo o mundo. “A criação do próprio emprego contribui para dar liberdade à mulher: pode gerir o seu projeto, os seus horários e os seus recursos. Acreditamos que o reforço financeiro das mulheres as torna mais livres e é isso que procuramos fomentar”, prossegue Ana Cláudia Vaz, ela própria empresária e com um percurso ligado à moda e à representação.
No entanto, no momento de lançar um projeto novo as mulheres enfrentam ainda “muito medo de falhar”. É esse receio, por vezes provocado pela solidão, que a rede quer contrariar.
Mas para isso é necessário “mudar alguns hábitos e mentalidades”, acrescenta Sara Dias, gestora da associação em Almada. “Ainda há a percepção que os papéis de liderança são mais naturais no homem”, indica a responsável, proprietária de uma carpintaria focada na reciclagem de materiais. Daí a importância de “educar os mais pequenos de forma igualitária”, porque é essa a base de uma “sociedade com igualdade de direitos”, conclui.