A nova exposição, que repensa a Revolução dos Cravos a partir da obra de Alfredo Cunha, está patente no antigo estaleiro naval, de 13 de abril a 13 de julho.
50 anos depois do “dia inicial inteiro e limpo”, como lhe chamou a poetisa Sophia de Mello Breyner, as portas do antigo estaleiro da Lisnave vão abrir-se para receber a exposição “Portais do Tempo”, onde sete artistas interpretam, transformam e iluminam o 25 de Abril a partir do registo fotográfico de Alfredo Cunha.
Com curadoria da plataforma cultural Underdogs, a expoisção apropria-se do espaço do estaleiro naval para aí instalar sete portais entre o passado e o presente, trazendo perspetivas únicas sobre a liberdade, a democracia e o futuro de 13 de abril a 13 de julho.
Ana Malta, Fidel Évora, Inês Teles, Márcio Carvalho, Pedro Gramaxo, Petra.Preta e Raquel Belli são “artistas da primeira geração que não viveu o 25 de Abril pessoalmente, mas que cresceu com este acontecimento na consciência coletiva”, como pode ler-se na nota de imprensa da exposição. Ocupando o espaço de memória da Lisnave, os criadores dialogam com imagens capturadas por Alfredo Cunha a 25 de Abril de 1974, dia “em que o silêncio, o medo, o vazio deram lugar ao ruído, à alegria, à multidão”.
Mais do que transmitir uma forma de pensar o acontecimento histórico, “Portais do Tempo” pretende levar os visitantes “a questionar o tempo, o seu impacto sobre as nossas ações, sobre o nosso discurso e sobre as nossas relações sociais”. Através desta reflexão sobre a passagem dos dias, é possível descobrir o significado e as conquistas do 25 de Abril, sem perder de vista tudo o que ainda falta alcançar.
Exposição conta com workshops, espetáculos e visitas encenadas
Durante a exposição, o espaço da Lisnave vai ainda receber workshops, espetáculos, visitas encenadas e uma maratona fotográfica. A primeira visita encenada acontece já a 13 de abril, às 16h. Através de uma composição sonora de Polido e da performance de Isabel Costa, os visitantes vão descobrir mais sobre tradição, memória cultural, representação e arquivo. As visitas encenadas regressam no mesmo horário nos dias 28 de abril, 5 de maio e 9 de junho.
Já os workshops acontecem a 21 de abril e 15 de junho, às 15h – oficina de serigrafia pelo artista cabo-verdiano Fidel Évora – e a 18 de maio e 13 de julho, no mesmo horário – oficina de “Fotografia Entrelaçada” com Raquel Belli. Nesta última, os participantes podem aprender mais sobre tecelagem com papel fotográfico, criando objetos artísticos a partir da imagem.
A 19 de maio, pelas 14h, há maratona fotográfica de quatro horas para jovens adultos, com a fotógrafa musical Vera Marmelo. Partindo da experiência pessoal da artista, o workshop foca-se na relação entre espaço e memória, encorajando os participantes a tirar as suas próprias fotografias. Já a 12 e 26 de maio, 1 de junho e 7 de julho, às 15h, há “Capitão Orquídea”, espetáculo-oficina para famílias pensado por Joana Manaças. Através das perguntas, os mais novos vão aprender sobre liberdade, vontade e democracia.
A exposição pode ser visitada das 15h às 19h, à quinta e sexta-feira, e entre as 10h e as 19h ao sábado, domingo e feriados. A entrada é livre. Conheça aqui o programa completo.
https://almadense.sapo.pt/cultura/teatro-de-almada-novo-espetaculo-celebra-a-sorte-de-viver-depois-do-25-de-abril/