Autarquia e juntas de freguesia apelam à população para manterem os sacos de plástico bem fechados e evitarem, dentro do possível, o depósito do lixo na via pública.
Caixotes e ecopontos a abarrotar, sacos do lixo, entulho e monos espalhados junto aos contentores. Tem sido este o panorama com que se deparam muitos almadenses nos últimos dias em vários pontos do concelho.
Na base da situação está a greve em curso na Amarsul, empresa responsável pelo tratamento dos resíduos urbanos em nove municípios da península de Setúbal, incluindo Almada. Convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), a ação teve início no dia 29 de novembro e prolonga-se até 3 de dezembro, sendo que no dia 4 há ainda greve ao trabalho suplementar.
Embora a recolha do lixo seja competência da autarquia, nos últimos dias os serviços não têm conseguido descarregar as suas viaturas por não estarem reunidas as condições para o despejo em aterro, este da responsabilidade da Amarsul.
Por este motivo, a Câmara Municipal de Almada admitiu em comunicado que se preveem “atrasos significativos nas recolhas dos ecopontos efetuadas pela empresa em causa”, apelando ainda “a um cuidado especial no acondicionamento dos resíduos, mantendo os sacos de plástico bem fechados e evitando, tanto quanto possível, o depósito na via pública”.
Quanto à Amarsul, reagiu afirmando que os piquetes de greve não estão a permitir que seja assegurada a totalidade dos serviços mínimos definidos. “A Amarsul já alertou o sindicato para esta situação não aceitável, considerando a necessidade de cumprimento dos serviços públicos essenciais que garantem a saúde pública das populações, e que têm especial relevância em contexto de pandemia, como é o contexto em que esta greve se verifica”, indicou a empresa em comunicado.
Trabalhadores denunciam intimidação policial
Por sua vez, os trabalhadores denunciaram esta quinta-feira terem sido alvo de intimidação policial. “No terceiro dia de greve, com grande unidade e adesão dos trabalhadores da Amarsul, o Governo mandou as forças policiais pressionarem e intimidarem os piquetes. Ao início da noite, foi forçada a entrada de carros no ecoparque de Palmela, mesmo sem condições para depositar os resíduos”, descrevem em comunicado publicado no site da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP).
Os trabalhadores da Amarsul exigem da empresa –pertencente ao Grupo EGF/Mota-Engil– “uma resposta urgente e positiva ao Caderno Reivindicativo já entregue, nomeadamente, o aumento dos salários e dos subsídios de refeição e de transporte, bem como estão contra a recorrente utilização da empresa do trabalho temporário, que coloca os trabalhadores em situação permanente de precaridade”, lê-se no comunicado emitido pelo STAL.
No que respeita aos motivos apresentados pelo sindicato, a Amarsul informa que “a Administração da empresa mantém desde o início uma política de diálogo, recebendo sempre o sindicato, ouvindo as suas reivindicações e procurando, na medida do possível, dar resposta aos problemas identificados, dando sempre a conhecer os racionais de decisão associados a cada uma das medidas tomadas”.
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