A Transportes Sul do Tejo (TST) vai repor o serviço da carreira 160 (que liga a praça São João Batista, em Almada, à Praça do Areeiro, em Lisboa), cujo horário tinha sido reduzido pela transportadora.
A decisão de manter o horário da carreira foi tomada ao final da tarde desta segunda-feira, após uma reunião de urgência mantida entre a administração da TST e a Área Metropolitana de Lisboa (AML), que condenou a empresa de transportes por suprimir carreiras “unilateralmente”. A atitude da TST também já havia sido alvo de críticas por parte da a Câmara de Almada, com a presidente, Inês de Medeiros, a classificar a decisão da transportadora como “incompreensível”.
Para além da carreira 160, a TST vai repor igualmente os horários das carreiras 333 (Gare do Oriente – Vale Amoreira, na Moita) e 435 (Gare do Oriente – Samouco). “Fizemos valer a nossa prioridade: a defesa intransigente de um serviço público que existe para servir as pessoas”, referiu Carlos Humberto de Carvalho, primeiro secretário metropolitano, em comunicado emitido pela AML.
Mantêm-se, no entanto, as supressões de outras carreiras cujo trajeto inclui Almada como a 101A (Cacilhas – Cristo Rei), 168 (Praça de Espanha – Torre da Marinha), 260 (Praça de Espanha – Sesimbra) e 583 (Cacilhas- Setúbal), bem como as reduções nos horários em mais de 20 carreiras, anunciados este fim-de-semana pela TST. Segundo a AML, para estas carreiras existem “alternativas conjugadas com outros modos de transporte, nomeadamente ferroviário e fluvial”, pelo que a entidade remete a solução para os próximos dias.
TST invoca “insustentabilidade económica e humana” para justificar cortes
Por seu lado, a TST justifica as supressões e alterações de horários anunciadas com o “crescimento exponencial” no número de passageiros verificado após a redução dos preços dos passes, introduzida em Abril do ano passado. Em comunicado enviado ao Almadense, a empresa de transportes indica que o aumento “na ordem dos 24%” obrigou a um “enorme reforço de meios materiais e humanos” por parte da TST.
A transportadora recorda, ainda que “a pedido da AML”, a TST chegou a efetuar reforços na sua oferta. “Ao longo dos últimos meses, suportámos o referido aumento da oferta pedindo constantemente aos nossos colaboradores um esforço adicional acima do que seria razoável”, aponta a empresa, responsável pelo transporte rodoviário na península de Setúbal.
Invocando uma “insustentabilidade económica e humana”, a TST aponta, ainda, os “acordos alcançados pelos trabalhadores do sector público de transportes rodoviários”, como responsáveis por uma “forte transferência de recursos humanos do sector privado para as empresas do sector público dotadas de maiores recursos”.
A TST conclui, assim, que “as alterações verificadas procuram servir as populações da forma mais eficiente possível”, mostrando-se disposta a manter o diálogo com a AML, de forma a encetar “um trabalho conjunto de análise” que tenha em conta o impacto do importante crescimento da procura verificado.
Durante o mês de Janeiro está previsto um conjunto de reuniões entre a AML, a TST e os municípios abrangidos pelas alterações para que “paulatinamente, se reavalie o conjunto de serviços que garantam a efetivação de uma rede de transportes articulada, multimodal, que promova uma mobilidade verdadeiramente sustentável”, referiu ainda Carlos Humberto de Carvalho.
Recorde-se que desde Dezembro que a AML reforçou competências em matéria de transporte rodoviário no âmbito do novo regime jurídico do serviço público de transportes.
https://www.almadense.pt/tst-repoe-carreiras-para-lisboa-via-ponte-25-de-abril/