Utentes da margem sul pedem garantias da desinfeção dos transportes e exigem reforços da oferta que permitam o distanciamento social. Níveis de serviço atuais são “claramente insuficientes”.
No primeiro dia após o fim do estado de emergência, foram muitos os utentes de Almada e da margem sul que voltaram a usar o transporte público. No entanto, com exceção da Fertagus, que repôs os horários completos, o nível de oferta nos restantes operadores é ainda muito inferior ao que era praticado antes do estado de emergência. Por isso, os utentes receiam que em alguns horários, sobretudo em horas de ponta, seja “difícil assegurar a distância de segurança” entre passageiros, diz Marco Sargento, da Comissão de Utentes da Margem Sul, em declarações ao ALMADENSE.
Para o dirigente, o caso mais grave é o da Transportes Sul do Tejo (TST), que deveria ”retomar de imediato toda a oferta que foi cortada, em especial as carreiras que fazem a ligação a Lisboa através da ponte 25 de Abril”. Mesmo após a reposição, esta segunda-feira, de parte da oferta que tinha sido cortada a 9 de Abril (quando a TST entrou em lay-off), o nível de serviço da transportadora é “claramente insuficiente”.
“A frequência das carreiras nunca devia nunca ter sido diminuída”, defende o responsável, argumentando que, em alguns horários, a “oferta deveria até ser reforçada”, de forma a garantir que não se ultrapassa os dois terços de ocupação nos autocarros.
Receio do regresso ao transporte particular
“Os transportes não podem ser um foco de insegurança”, considera Marco Sargento, adiantando que os operadores devem dar “garantias do reforço da limpeza e desinfeção”, de forma a que “as pessoas notem que os transportes estão limpos e se sintam em segurança”.
Caso contrário, os utentes poderão “voltar a fugir para o carro particular”, o que teria “graves consequências em termos de engarrafamentos e de emissões de CO2”, argumenta. Recordando que o novo sistema de passes “estava a cativar muitas pessoas para transporte coletivo”, Marco Sargento adverte que “qualquer falha poderá fazer andar para trás no caminho percorrido”.
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Ser condutor e fiscal dum autocarro ao mesmo tempo não é solução e vai haver confusões entre o utentes e os condutores se estes forem rigorosos.
Aguardemos pela resposta.