O Teatro Municipal Joaquim Benite promete um 2025 repleto de diversidade, com uma programação que inclui produções próprias, música, dança e uma oferta cultural para todos os gostos.
Como reza a tradição, o ano em Almada começou com a Companhia de Teatro de Almada (CTA) a revelar os destaques da programação anual, que englobam um total de 51 espetáculos de teatro, música, dança e performance.
Um dos momentos altos do ano de 2025 será a apresentação de “Uma Barragem Contra o Pacífico”, em cena de 14 de março a 6 de abril. Trata-se de uma adaptação do romance autobiográfico de Marguerite Duras, que aborda as desigualdades sociais no contexto colonial. Mais tarde, de 31 de outubro a 30 de novembro, Maria Rueff sobre ao palco com a peça “Elogio do Riso”, uma criação que explora as origens e os impactos do humor.
Uma vez mais, o Festival de Almada, na sua 42.ª edição, será outro dos momentos mais importantes do ano, tendo como destaque o regresso de Joël Pommerat, com a peça “Marius”, com apresentações nos dias 13 e 14 de julho, no Teatro Municipal Joaquim Benite.
Este espetáculo surge de uma colaboração entre Joël Pommerat, um dos mais renomados encenadores franceses contemporâneos, e Jean Ruimi, um ator condenado a uma pena prolongada, que atualmente se encontra numa prisão de alta segurança em Arles, França. Ruimi, que sempre desejou criar uma peça teatral, convidou Pommerat para trabalhar com ele na prisão. Após um ano e meio de colaboração, nasceu “Marius“, uma produção da Compagnie Louis Brouillard, inspirada na obra de Marcel Pagnol. O espetáculo promete provocar uma reflexão profunda sobre liberdade e arte. Será encenado em francês, com legendas em português.
Teatro nacional e internacional
O Teatro Municipal Joaquim Benite apresenta umaprogramação teatral diversificada, que abrange desde peças nacionais a internacionais. O monólogo “De Mary para Mary” (18 e 19 de janeiro) traz a visão da dramaturga Paloma Pedredo sobre as últimas horas de Mary Wollstonecraft, ícone do feminismo do século XVIII. Já “Maria”, (21 a 23 de fevereiro) explora o luto feminino, baseado num texto de Colm Tóibín. Também “À Primeira Vista”, encenado por Tiago Guedes e com interpretação de Margarida Vila-Nova, sobe ao palco no dia 18 de maio, propondo uma reflexão sobre relações tóxicas, violência e consentimento.
Outros espetáculos notáveis incluem “A Rua do Inferno” (31 de janeiro a 2 de fevereiro), que explora acomplexidade das relações humanas através das históriasde três mulheres que se encontram num supermercado;“Bora lá laborar!” (15 e 16 de fevereiro), que propõeuma reflexão sobre o trabalho, a organização e o propósito da vida; “Class Enemy” (23 a 25 de maio), que retrata adolescentes abandonados pelo sistema educativo; e “E nunca as minhas mão estão vazias” (4 de maio), uma criação Cristian Duarte inspirada na obra da poetisa portuguesa Sophia de Mello Breyner, que aborda a resiliência e o renascimento através da força dos sonhos, mesmo diante das adversidades.
Em outubro, de 10 a 12, está em cena a peça“Suavecita”, com texto e encenação de MartínBonTempo. Apresentada em castelhano, com legendas em português, a peça narra a história de uma mãe solteira que, em um hospital público em Buenos Aires, traz alívio e alegria aos doentes com pequenos gestos de carinho e palavras de conforto. De 17 a 19 de outubro, sobe ao palco“Vento Forte”, uma obra que explora conflitos emocionais, como o tempo, o amor, o ciúme e o desejo de morte.
Dança: Reflexão e História
A dança também é amplamente celebrada este ano no Teatro Municipal Joaquim Benite, com espetáculos como “Æffective Choreography” (16 e 17 de abril), que explora práticas de intimidade; “L’Envol” (3 de maio), sobre a liberdade da queda; “Mourn Baby Mourn” (10 e 11), que aborda a lamentação, melancolia e emoções profundas; a participação da Companhia Nacional de Bailado (17 e 18 de julho) no Festival de Almada; “Por debaixo dos panos (Working Title)” (20 e 21 de setembro), que explora o contexto invisível das narrativas culturais e sociais; Maurice Acompagné (4 de outubro), que atravessa diferentes épocas, do início do século XXaos anos 60 e à atualidade; e “Murmúrios de Pedro e Inês” (13 de dezembro), que une a lenda portuguesa ao tempo presente.
Música: Do clássico ao contemporâneo
Também a programação musical tem grandesdestaques neste novo ano, com eventos como “Grandes Coros de Ópera” (11 de janeiro) sob a direção de AntonioPirolli; Zeming Wu (25 de janeiro), interpretandorepertório de Beethoven e Franz Liszt; Rita Vian (8 de fevereiro); João Pedro Gonçalves com Sofia Manvati e Duarte Soares (8 de março), apresentando obras de Franz Schubert, Gabriel Fauré e Johannes Brahms; JP Simõescantando José Mário Branco (12 de abril); o Concerto de Páscoa (16 de abril), com o “Requiem alemão”, deJohannes Brahms; Ester Santos, jovem violoncelista, trazendo peças de Aram Khatchaturian, Johann Sebastian Bach e Gaspar Cassadó; Club Makumba (10 de maio); “Mozart e Tchaikovsky entre mundos” (30 de maio);“Jazz Violin Concertos” (31 de maio); “Songs ofExile” (7 de junho), consiste numa meditação sobre a relação humana com Deus, sob a perspetiva de um monge; Prétu (19 de setembro); Beatriz do Patrocínio (27 de setembro); Pedro Moreira (15 de outubro); Ana Lua Caiano (6 de dezembro); o tradicional “Concerto de Natal” (19 e 20 de dezembro) e Katia Guerreiro (27 de dezembro).
Teatro infantil: Imaginação para os mais novos
A programação oferece peças para miúdos, graúdos e famílias, repletas de diversão e risos. Entre elas, destacam-se: “Picasso ‘Agarrado pelo Rabo’” (1 a 9 de março), que conta a vida de Picasso, explorando a sua evolução artística, emoções durante a guerra e a procura por uma pintura mais livre e espontânea; “Os Sonhos do Tom” (29 e 30 de março), onde Tom Sayer, agora com 50 anos, continua a viver aventuras e a compartilhar sua imaginação com o público, e “Húúúmus!!!” (4 e 5 de outubro), que dá voz a uma família de minhocas e abordacom humor as suas dificuldades em ser quem são.
Há ainda peças que estimulam a imaginação e a reflexão, como “Aventuras” (5 e 6 de abril), que revisita a história de João Sem Medo e João Medroso; “A Caminhada dos Elefantes” (19 e 20 de abril), que aborda temas como a vida, morte e as despedidas; “Plip” (3 e 4 de maio), uma peça de marionetas que explora um mundo diferente, sensível de sons e personagens imaginárias; “Um conto Japonês” (17 e 18 de maio), que narradiversas histórias inspiradas no conto de Sophia de Mello Breyner; “Kyoki” (31 de maio e 1 de junho), que de forma sensível e cómica, explora as dificuldades de lembrar, pensar e decidir, presentes em todas as idades; “Cordão” (18 e 19 de outubro), que combina marionetas e música ao vivo para explorar a curiosidade infantil sobre o nascimento; “Pequenas fábulas de La Fontaine” (1 e 2 de novembro), que narra fábulas sobre animais que, como os humanos, têm virtudes e defeitos; “Horizonte” (15 e 16 de novembro), conta a história de João, um menino de Paradela, que, apesar das dificuldades, embarca numa viagem à procura do seu sonho: ver o mar; e “A Música Mágica de Mozart” (29 de novembro a 21 de dezembro), que revela como a música do compositor tem um efeito mágico sobre as crianças.
Exposições: Memórias e Homenagens
A programação deste ano inclui ainda a exposição “Diário de uma República” (4 de janeiro a 23 de fevereiro), com fotografias de Augusto Brázio e Nelson D’Aires, refletindo sobre o país. A exposição, “As Mulheres em Gil Vicente “(14 de março a 7 de junho), celebra personagens femininas do teatro clássico português, e de outubro a dezembro a exposição “O Mário que se lixe! O Viegas é que é fixe!” (31 de outubro a 21 de dezembro), homenageando a grande dimensão humana e artística do comediante Mário Viegas.
Com um calendário repleto de eventos para todos os públicos e gostos, o Teatro Municipal Joaquim Benite, convida todos a celebrar a arte e a cultura em Almada. Para mais informações sobre os eventos, visite o site ou a bilheteira do teatro.
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muito obrigada