Câmara de Almada garante que a remoção do material não decorre durante o período letivo. Ainda assim, encarregados de educação temem que a intervenção possa ter impacto na saúde das crianças.
Os trabalhos de remoção das placas de fibrocimento com amianto na escola secundária Anselmo de Andrade, em Almada, estão a causar apreensão junto da comunidade educativa, que receia que as obras de substituição do material, potencialmente cancerígeno, possam ter impacto na saúde dos alunos.
Responsável pela obra, a Câmara Municipal de Almada garantiu ao ALMADENSE que “em caso algum a remoção do amianto decorre no horário letivo com a presença de crianças, jovens ou adultos. A remoção das coberturas de fibrocimento decorre após o encerramento da escola”. Além disso, “todos os espaços alvo de intervenção estão restritos em zona indicada e vedada”, acrescentou a mesma fonte, adiantando que a empreitada deverá estar concluída no dia 8 de novembro.
Por sua vez, a direção da escola transmitiu aos pais dos alunos que os trabalhos realizados em tempo letivo correspondem apenas à colocação da nova cobertura e não à remoção do fibrocimento, que seria retirado em tempo não letivo.
No entanto, encarregados de educação receiam que, mesmo assim, a intervenção possa ser prejudicial à saúde das crianças. “A maior preocupação tem a ver com as poeiras de amianto, que ficam no ar durante meses. Mesmo que as placas sejam retiradas fora do período de aulas, pode constituir um perigo para a saúde de toda a comunidade escolar”, disse ao ALMADENSE Sónia Ramos, mãe de uma aluna da escola.
A situação motivou também a preocupação do Bloco de Esquerda, que questionou o Governo e o Executivo municipal sobre o decurso das obras. Para o partido, a intervenção “comporta graves riscos para a saúde da comunidade escolar, uma vez que é pela sua perigosidade que estas coberturas estão a ser removidas, sendo a sua remoção, que só pode ser feita por empresas certificadas, um momento de especial perigosidade”, indicou em comunicado enviado às redações.
Por sua vez, alunos da escola secundária Anselmo de Andrade ouvidos pelo ALMADENSE garantem ainda que as obras têm criado perturbações no normal funcionamento das atividade letiva. “Tenho tido dificuldade em ouvir as aulas devido ao barulho provocado pelas obras”, afirmou João Santos. Por sua vez, Dânia Matias assegura que “já caíram pedaços de placa no decorrer das obras”.
Com Maria João Morais.
https://almadense.sapo.pt/cidade/remocao-de-amianto-nas-escolas-de-almada-ainda-sem-data-para-conclusao/