São muitos os peregrinos que visitam Almada nos primeiros dias da Jornada Mundial da Juventude. De Cacilhas ao Cristo Rei, passando pelo Parque da Paz, encontram uma cidade “bonita e acolhedora”.
O sol vai alto, mas não impede os peregrinos que chegam de barco à margem sul de fazer uma paragem junto ao farol de Cacilhas para tirarem fotografias com o rio Tejo como fundo. É 1 de agosto, dia em que arranca a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), e já se nota a movimentação em Almada, que vai acolher pelo menos oito mil jovens procedentes de diversos cantos do mundo.
Esta manhã, o grupo maior que circula no Largo de Cacilhas vem de um território onde os católicos estão em minoria: a Palestina. São mais de 100 e é fácil identificá-los com as bandeiras e os tradicionais lenços palestinianos ao pescoço. Cruzam-se com grupos vindos da Argentina, Austrália e do México, com quem trocam saudações e sorrisos.
A maioria chega de cacilheiro e encaminha-se para o terminal da Carris Metropolitana em Cacilhas para apanhar o autocarro 3001 rumo ao Cristo Rei. Por ser um grupo maior, a comitiva da Palestina decide fazer o percurso a pé.
Já na rua Cândido dos Reis, fazem uma paragem para visitar a igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso, continuando depois a longa subida. “Vamos ficar instalados numa escola de Almada e estamos animados para conhecer o Cristo Rei”, conta ao ALMADENSE Jiries, que vem de Ramallah, juntamente com o amigo Luey. Pela primeira vez em Portugal, confessam a principal razão que os trouxe à JMJ: estar junto do Papa Francisco.
Continuando pelas ruas de Almada encontram-se alguns grupos de peregrinos, mas nada de grandes aglomerações. Frente ao Posto de Turismo de Cacilhas, almoçam dez italianos que vieram a Almada para “ver um grande barco” dizem, referindo-se à Fragata D. Fernando II e Glória, e conhecer um pouco da cidade. Quando inquiridas sobre se iam visitar o Cristo Rei, Carolina e Constanza ficaram surpreendidas: “É aqui?! Então vamos!”
Grande afluência ao Cristo Rei
Marcado pela chegada do Papa Francisco a Portugal, 2 de agosto é também o dia em que muitos dos peregrinos decidem visitar o Santuário do Cristo Rei, em Almada. Voluntários, peregrinos e freiras aproveitam para tirar fotografias junto ao monumento ou com a vista da ponte 25 de Abril ao fundo.
A fila para subir ao topo da estátua do Cristo Rei começa a crescer e os grupos esperam paciente e entusiasticamente, enquanto cantam e dançam. Stephanie, Belkin, Swizen, Adrian e Russell aguardam. Pertencem a um grupo de 65 peregrinos, com idades compreendidas entre os 20 e os 30 anos, que vêm de Goa, estado indiano com uma grande comunidade católica. “Estamos a gostar muito das pessoas, viemos visitar o Cristo Rei e depois voltamos para Lisboa”, contam ao ALMADENSE.
As Irmãs Pilar e Janua, que vêm do Brasil, explicam os seus planos para o dia: depois da visita, o grupo voltará para Lisboa — onde está alojado — para participar na Feira Vocacional: um evento onde os jovens têm contacto com vários dos projetos que compôem a Igreja. Sorrindo, Pilar refere que esta é a sua primeira participação numa Jornada: “está a correr tudo muito bem e Almada é uma cidade muito bonita e acolhedora!”
Já Mariana e os amigos estão instalados no campus do Instituto Piaget em Almada e hoje decidiram conhecer o lado de cá do rio. “É uma experiência totalmente diferente para nós”, confessa a jovem. “É muito bom poder conviver como grupo e com pessoas de fora”.
Na quinta-feira, dia 3 de agosto, volta a haver no Parque da Paz Encontro e Missa “Rise Up”. Pelas 17h45, será transmitida em direto a Cerimónia de Acolhimento ao Papa Francisco, que terá lugar no Parque Eduardo VII, em Lisboa. A programação completa da JMJ em Almada pode ser consultada aqui.
Texto: Maria João Morais e Mariana Vaz de Almeida
Fotos: Maria João Morais e Bruno Marreiros
https://almadense.sapo.pt/cidade/jornada-mundial-da-juventude-provoca-restricoes-no-acesso-rodoviario-ao-cristo-rei/