Recomendação foi apresentada pela deputada municipal eleita pelo PAN e contou com os votos favoráveis de todas as forças políticas.
A Assembleia Municipal de Almada aprovou por unanimidade uma recomendação apresentada pelo PAN pela criação de uma rede municipal de bicicletas e pela expansão da rede ciclável no concelho.
“Dos 223 quilómetros prometidos em 2012 no âmbito do Plano Almada Ciclável, apenas 20 quilómetros foram concluídos”, começou por recordar Margarida Paulos, deputada municipal do PAN. Além disso, “grande parte destas ciclovias encontra-se hoje em mau estado, praticamente invisível ou sendo usada para uso de estacionamento automóvel indevido”, apontou durante a sessão realizada esta quarta-feira, dia 27 de abril.
Por isso, “a criação de uma rede municipal de bicicletas partilhada e a melhoria do acesso às ciclovias em Almada deve ser uma prioridade”, defendeu a autarca, sublinhando a “necessidade de redução das emissões de CO2, de melhoria da qualidade do ar e da vida nas cidades, retirando automóveis das mesmas”.
Assim, a proposta do PAN prevê a “criação de uma rede integrada de eixos cicláveis, pensada numa perspetiva intermodal e inclusiva, por forma a permitir viajar em bicicleta por todo o concelho, garantindo a continuidade dos percursos”. Pede igualmente pede a “realização de um estudo de avaliação das falhas nas ciclovias existentes, tendo em vista a devida correção e adaptação”.
Além disso, a moção aprovada recomenda a “criação de um sistema de bicicletas partilhadas, com estações nos pontos principais do município, apoiado por um sistema com georeferenciação e pré-registo de utilizadores”, exigindo ainda a “integração da rede de ciclovias na restante rede de transporte, criando um plano intermodal que integre transportes públicos, bicicletas, automóveis e estacionamentos”.
A moção contou com os votos favoráveis de todas as forças políticas, incluindo o Partido Socialista, atualmente nos comandos da autarquia. “É evidente o atraso estrutural que o nosso município tem nesta área”, admitiu Ivan Gonçalves, deputado municipal do PS. No entanto, o autarca argumentou que se trata de um “atraso estrutural de décadas”, acrescentando que “é incompreensível que as nossas redes cicláveis não cubram hoje todo o município”.
“Não é possível querermos retirar carros do centro da cidade se depois não tivermos forma de ter mecanismos de mobilidade suave que vao aos centros das localidades. Queremos melhorar a vida dos nossos moradores, queremos contribuir para uma transição energética e climática que sustentem o nosso futuro e por isso associamo-nos de forma veemente a esta moção”, afirmou.
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