Dívidas… quem não as tem? Contudo, há dívidas e dívidas, sendo as relacionadas com créditos ao consumo as mais comuns entre os consumidores portugueses.
Além de representarem um peso significativo no orçamento mensal, as dívidas associadas a créditos ao consumo, quando não resolvidas a tempo, podem levar a problemas de sobre-endividamento.
Felizmente, antes que isso aconteça, existem soluções que pode — e deve — ponderar, como é o caso da consolidação de créditos e da negociação de dívidas.
Diferenças entre consolidar e negociar dívidas
Em termos simples, o crédito consolidado é uma solução financeira que tem como objetivo juntar todas as suas prestações de crédito (mínimo de duas) numa única, com taxas de juro mais reduzidas, o que garante um valor mensal mais baixo. Além disso, permite estender o prazo de reembolso e até a possibilidade de obter financiamento extra.
Depois de consolidar os seus créditos, a instituição financeira irá liquidar todos os seus empréstimos anteriores, passando a ser a sua única credora.
No âmbito da consolidação de créditos, é possível reduzir o valor da sua prestação mensal, ficando, assim, com mais dinheiro disponível no seu orçamento.
Por outro lado, a negociação de dívidas ocorre, geralmente, quando já entrou em incumprimento das suas obrigações contratuais. Este é um processo mais duro e complexo.
Após a avaliação da sua situação financeira e dos motivos do incumprimento, os seus credores poderão propor:
- Períodos de carência de juros;
- Renegociação das taxas de juro, prazos e montantes das prestações.
A negociação tem como principal objetivo garantir que a instituição de crédito recupere o valor emprestado e evitar que a situação avance para a via judicial. Por isso, é fundamental cumprir escrupulosamente os termos do acordo.
Quando é que a consolidação de créditos se revela mais vantajosa?
A consolidação de créditos torna-se especialmente vantajosa quando a sua taxa de esforço ultrapassa os 35%, percentagem indicada pelo Banco de Portugal como referência para uma vida financeira saudável.
Antes de avançar para um crédito consolidado, é importante calcular a sua taxa de esforço utilizando a fórmula:
(Encargos mensais com prestações de crédito / Rendimento total do agregado familiar) x 100
Se o resultado indicar uma taxa superior a 35%, a consolidação pode ser a solução ideal.
Além de ajudar a reduzir a taxa de esforço, o crédito consolidado:
- Simplifica a gestão dos pagamentos, já que fica com apenas uma prestação mensal fixa;
- Permite obter financiamento extra para outras necessidades, enquanto reduz o peso das dívidas existentes.
Independentemente da razão para optar pela consolidação, utilize sempre um simulador de crédito consolidado antes de formalizar o pedido.
Fatores que justificam a negociação direta com credores
Para que exista uma negociação das condições do seu contrato de crédito, é fundamental que a instituição de crédito esteja disponível para negociar.
A principal razão para iniciar uma negociação direta com os credores é o não cumprimento das cláusulas do contrato, nomeadamente o não pagamento reiterado das prestações mensais.
No entanto, mesmo que ainda não esteja em incumprimento, o banco pode identificar comportamentos irregulares, como atrasos frequentes no pagamento, e propor um PARI (Plano de Ação para o Risco de Incumprimento).
Este plano visa prevenir o incumprimento e pode incluir:
- Taxas de juro negociáveis;
- Alargamento do prazo de reembolso.
Decidir a melhor solução para a sua situação financeira
Se a sua taxa de esforço está acima dos 35% e tem dois ou mais créditos ao consumo, o mais aconselhável é pedir um crédito consolidado. Este processo é mais simples, rápido e apresenta resultados visíveis quase de imediato.
Por outro lado, se já entrou em incumprimento, deve renegociar os termos do contrato com a sua instituição de crédito o mais rapidamente possível, de forma a evitar ações judiciais.
Conteúdo Comercial: Unibanco