Movimentos cívicos vão levar a cabo duas concentrações em Almada: uma na Costa da Caparica e outra em Cacilhas.
Dois movimentos cívicos convocaram protestos para este fim de semana no concelho de Almada para contestar o serviço prestado pela a Carris Metropolitana, que começou a operar no concelho no dia 1 de julho. O movimento “Passageiros de Transportes Públicos da Costa” convocou uma concentração no sábado, dia 1 de outubro, pelas 10h Praça da Liberdade (junto ao chafariz), na Costa da Caparica. Já o movimento “Fartos!”, vai manifestar-se no domingo, dia 2, pelas 16h30, junto ao chafariz de Cacilhas.
A concentração convocada para a Costa da Caparica tem como objetivo protestar contra os atrasos e falhas da Carris Metropolitana, que nos últimos meses tem dificultado a mobilidade dos habitantes da freguesia. “As pessoas estão na paragem e os autocarros não aparecem. Mas o maior problema na Costa é a mobilidade rápida”, explica Paulo Silva, membro da organização do movimento, em declarações ao ALMADENSE.
O utente relata que os habitantes desta freguesia têm tido dificuldade em aceder aos interfaces de transportes que dão acesso a Lisboa, tanto ao metro no Monte da Caparica, como ao comboio da Fertagus (no Pragal) ou ao barco da Transtejo na Trafaria devido aos longos percursos das carreiras.
“Não há uma carreira rápida entre a Costa da Caparica e o Pragal, que é um percurso de 6 quilómetros. As pessoas demoram uma hora a chegar ao Pragal de autocarro, num percurso que de carro leva oito minutos. Isto obriga as pessoas a irem de carro até ao Pragal, como é o meu caso, e isso são duas despesas: o passe e a gasolina”, explica Paulo Silva. O membro do movimento “Passageiros dos Transportes Públicos de Almada” também denuncia a falta de um autocarro que faça a ligação entre a Costa da Caparica e a Trafaria para as pessoas que apanham o primeiro barco da manhã, às 6h30.
Movimento “Fartos” exige intervenção do Governo
Em Cacilhas, no domingo, o movimento cívico “Fartos!” exige “respostas concretas aos problemas que a Carris Metropolitana criou em todos estes concelhos da AML, com uma maior intervenção do Governo e a responsabilização de todos os intervenientes”. Em comunicado, o grupo afirma que “milhares de pessoas se viram privadas de transporte para irem para o trabalho, a saúde, as escolas e o lazer. Acresce a este problema o facto das linhas que funcionam o fazerem com total imprevisibilidade”.
Apesar das inúmeras queixas dos utentes nos últimos meses, houve “pouquíssimas melhorias e uma deteorização do serviço público de transportes”, lê-se na nota de imprensa.
O movimento “Fartos!” exige, por isso, o cumprimento integral das linhas escolares, o regresso das carreiras matinais, noturnas e de fim de semana que foram extintas, percursos máximos de 30 minutos nas ligações das localidades à sede de concelho e às interfaces de transportes e uma hora na ligação das localidades a Lisboa, bem como a melhoria das condições de trabalho dos motoristas.
De notar que a população tem vindo a contestar o serviço de transportes públicos no concelho de Almada desde o início da operação da Carris Metropolitana. Durante o mês de julho, Rui Lopo, administrador da TML, anunciou que a rede da Carris Metropolitana só estará completa no próximo dia 1 de janeiro, sendo que até lá serão introduzidas correções de forma faseada.
https://almadense.sapo.pt/mobilidade/carris-metropolitana-tml-garante-reforco-gradual-do-servico-ate-ao-final-do-ano/