Produção do núcleo Arte 33 comemora o 25 de Abril com uma metáfora sobre o fascismo a partir de Federico García Lorca. Para ver até 12 de maio.
Até 12 de maio, o Salão das Carochas, em Almada Velha, será “A Casa de Bernarda Alba”, numa encenação de Ana Nave que assinala o 50. º aniversário da Revolução dos Cravos.
A partir do texto de Federico García Lorca, o núcleo cultural Arte 33 vê esta casa-prisão como uma metáfora de todos os regimes políticos repressores e Bernarda Alba como paradigma do poder absoluto. “A Casa é uma febre asfixiante”, pode ler-se na sinopse do espetáculo: febre em que se criam monstros, rivalidades, em que o desejo se perde por falta de ar.
A tragédia de uma mulher totalitária e das suas cinco filhas, das mulheres das aldeias espanholas abarca, assim, também a tragédia das mulheres portuguesas confinadas, durante longos anos, ao espaço fechado da casa, sujeitas ao poder de uma força implacável que tudo engolia.
O elenco conta com Afonso Guerreiro, Ana Saltão, António Olaio, Carla Silva, Carlos Antunes, Cecília Laranjeira, Elsa Viegas, Francisco Silva, José Vaz, Karas e Rui Cerveira. As personagens, sós, anseiam um futuro que – assim o pensam – nunca terão, transformando-se em animais. “Condenadas ao esquecimento, obedecem, conspiram, cobiçam”. Mas nada, nem a ditadura, é eterno, e as mulheres de Bernarda Alba querem ser livres.
A peça com encenação de Ana Nave é uma co-produção da Arte 33, Câmara Municipal de Almada e Centro de Arqueologia de Almada. As sessões têm lugar de quinta-feira a sábado, às 21h, e ao domingo, às 18h.
Os bilhetes têm o valor de 10 euros, com desconto para jovens, seniores e grupos. Podem ser comprados online ou reservados através do e-mail arte30e3@gmail.com ou do contacto 96 221 59 29.
Foto: Facebook Arte33
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