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Uma Ópera junto ao Tejo, museus, habitação e comércio: os planos do Governo para a antiga Lisnave

Governo apresentou projeto que prentende unir as duas margens do rio. Intitulado “Parques Cidades do Tejo”, em Almada, o plano prevê 58 hectares de área de intervenção nos estaleiros da antiga Lisnave, incluindo habitação, comércio, serviços e equipamentos culturais, de preservação da memória naval e ainda uma Ópera junto ao Tejo. 

 

Uma ópera na Margem Sul, habitação, comércio e serviços, a “preservação da memória industrial naval” e vários novos equipamentos culturais — estas são algumas das principais novidades anunciadas pelo Governo no âmbito da apresentação do projeto “Parque Cidades do Tejo”, que pretende requalificar boa parte da Área Metropolitana de Lisboa, e onde constam várias propostas para o concelho de Almada, em particular no local da antiga Lisnave.

A apresentação aos autarcas dos 18 municípios da AML e do concelho de Benavente, decorreu esta sexta-feira, dia 28 de março, e contou com a presença de várias figuras do governo, incluindo o primeiro-ministro, Luís Montenegro. O projeto visa “transformar o arco ribeirinho numa grande metrópole” com o Tejo como elo de ligação entre as duas margens do rio, incidindo em quatro eixos principais: Arco Ribeirinho Sul, Ocean Campus, Aeroporto Humberto Delgado e Cidade Aeroportuária. Em comunicado, o Ministério das Infraestruturas explica que o objetivo passa por dar “uso, vida e futuro a terrenos públicos nas margens do Tejo que há muitos anos estão totalmente desaproveitados”.

“São duas margens centradas no Tejo e quatro projetos de âmbito nacional que se traduzirão numa operação única, de coordenação centralizada, em cooperação com o Estado Central e os Municípios diretamente envolvidos”, pode ler-se.

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No município de Almada, grande parte da obra proposta incide os antigos estaleiros da Lisnave, que deverão ser requalificados numa extensão de mais de 58 hectares. Para esta área de intervenção estão previstos vários projetos, entre os quais o alargamento do parque habitacional à criação de estruturas de comércio e da referida “Ópera Tejo”, de cujo projeto não se conhecem mais detalhes.

Além da Lisnave, o programa apresentado contempla ainda os já anunciados projetos de expansão do Metro Sul do Tejo, estabelecendo uma meta de aumento da linha em mais de 50 quilómetros, bem como novas rotas e terminais do serviço de transporte fluvial da Transtejo Soflusa, comprometendo-se o executivo estatal com um investimento de 96 milhões de euros para navios e sistemas de carregamento e 14 milhões par a renovação de terminais e estações.

 

Túnel submerso e expansão do Metro Sul do Tejo

No documento de apresentação enviado às redações são ainda contempladas as duas novas travessias do Tejo, com destaque para a terceira ponte que deverá ligar Chelas e o Barreiro (orçada em 3 mil milhões de euros), e o recentemente recuperado projeto de ligação entre Algés e a Trafaria via túnel rodoviário submerso, que tem pela primeira vez um número associado: 1,5 mil milhões de euros.

Ao todo, o projeto para o Arco Ribeirinho Sul prevê uma extensão de intervenção de 519 hectares e 15 quilómetros de frente de rio, incidindo sobre os concelhos de Almada, Seixal e Barreiro. A promessa é a de 8 mil novas habitações, de acordo com PDM vigentes, bem como um “exercício prospetivo” para a construção de 20 mil. Deverão ser criados 94 mil empregos, num exercício que prevê ainda espaço para comércio e escritórios.

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Mapa dos planos do Governo para requalificar a AML. Infografia: Andressa de Souza / Almadense

Nos outros eixos centrais do projeto, destaca-se a novidade do eixo “Cidade Aeroportuária” entre Benavente e o Montijo, onde se erguerá o futuro aeroporto Luís de Camões. Ao todo serão mais de 3 mil hectares de intervenção com ligação direta de alta velocidade que deixarão a estrutura “a 30 minutos de Lisboa”, bem como espaços dedicados à “ciência e indústria náutica.

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Paralelamente, nos terrenos associados ao atual aeroporto Humberto Delgado, o objetivo passa pela requalificação de mais de 400 hectares de área com destino à habitação (pelo menos 3.600 casas, de acordo com o PDM vigente), e boa parte do espaço edificável destinada ao setor terciário e a “equipamentos”. Já no eixo “Ocean Campus”, entre Algés e Oeiras, prevê-se a construção de espaços de comércio e equipamentos, um parque urbano, um espaço para grandes eventos e um cluster de inovação, investigação e desenvolvimento. Ao todo, estima-se que “estes investimentos criem mais de 200.000 postos de trabalho”, num projeto que prevê a construção de 25 mil casas naquela que é a maior área metropolitana do país.

De recordar que as promessas de investimento na requalificação da AML não são novas e vêm sendo reiteradas por governos há mais de uma década. Em 2023, o então primeiro-ministro, António Costa, anunciou a intenção de avançar com a construção de 38 quilómetros de passeio ribeirinho entre Almada e Alcochete, descontaminação dos solos e extensão do metro de superfície até à Costa da Caparica. “Esta margem esquerda do Tejo merece um grande projeto de regeneração urbana”. Por isso, “é particularmente gratificante iniciarmos o arranque efetivo dos trabalhos que são necessários para construir o futuro”, referiu na altura o governante.

 

Associações ambientais contra novos projetos rodoviários entre as duas margens do Tejo

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