Concentração de professores das escolas do concelho teve lugar na Praça São João Baptista, em Almada, na tarde desta quarta-feira.
Professores das escolas no concelho de Almada manifestaram-se esta quarta-feira, dia 11 de janeiro, na Praça São João Baptista para exigir “melhores condições nas escolas” do concelho e “melhorias nas carreiras dos professores e dos assistentes operacionais”. O protesto, que contou com o apoio do Sindicato de Todos os Professores (STOP) pedia também uma “escola pública de qualidade”, sublinhou Rui Foles, professor do Agrupamento de Escolas do Monte da Caparica, em declarações ao ALMADENSE.
“As reivindicações são muitas, todas em prol da escola pública, não são só os professores ou os assistentes operacionais”, explica o docente, que fez parte da organização do protesto. “As escolas fisicamente estão degradadas. Na minha escola, por exemplo, ainda hoje os alunos estavam com cobertores dentro das salas. São condições que não são próprias para os jovens”, relata. Rui Foles avança que há alunos no concelho que não têm aulas de algumas disciplinas há mais de um ano porque as escolas não conseguem contratar professores. O docente lamenta ainda que “as despesas na Área Metropolitana de Lisboa” sejam “muito altas para os ordenados dos professores deslocados da sua área de residência”.
No leque de reivindicações inclui-se a questão da avaliação dos docentes, os obstáculos à progressão na carreira, ou os vencimentos. A título de exemplo, Rui Foles adianta que, com 22 anos de carreira, recebe 1300 euros por mês. Mas a contestação alarga-se aos assistentes operacionais, que “recebem 700 euros”, afirma o professor de Almada, denunciando também a situação de alguns destes profissionais que têm que acompanhar “alunos autistas sem terem qualquer tipo de formação para tal”. De resto, “na área pedagógica de Almada há escolas com quatro assistentes operacionais para 300 alunos”.
Entre as 15h e as 18h passaram pelo protesto “cerca de 300 pessoas” segundo a organização. A maioria eram professores, mas a concentração contou também com a participação de assistentes operacionais, alguns alunos e encarregados de educação. Depois da concentração, esta quinta-feira, dia 12, várias escolas do concelho de Almada estiveram encerradas e em algumas delas houve protestos à porta.
Recorde-se que a greve dos professores em Almada e em todo o país teve início no mês de dezembro e há avisos de greve “pelo menos até ao final de janeiro”, garantiu Rui Foles. No próximo sábado, dia 14 de janeiro, os professores das escolas do concelho de Almada vão participar na marcha em Lisboa, convocada pelo STOP.
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