União de Freguesias pretende apresentar uma nova proposta de orçamento que consiga “atender às expectativas da Assembleia de Freguesia e da população”.
O orçamento para 2024 da Junta da União das Freguesias de Caparica e Trafaria foi chumbado esta terça-feira, dia 28 de novembro, pela Assembleia de Freguesia. O documento apresentado pelo Executivo liderado por Sandra Chaíça (eleita pelo Partido Socialista) foi rejeitado com os votos contra da CDU (7 votos), PSD (2) e Chega (1) e os votos favoráveis dos representantes do PS (8) e do Bloco de Esquerda (1).
“Este não era um orçamento de contas certas”, afirma David Cristóvão, líder da bancada do PSD na Assembleia de Freguesia. Ao ALMADENSE, o representante justifica o voto contra com o “exagerado número de rubricas orçamentais abertas apenas com um euro”. Para a formação, “as contas têm de bater certo antes de se fazer qualquer decisão política. Isto é uma marosca contabilística, que posteriormente permitiria à Junta de Freguesia realocar verbas como bem entendesse sem passar pela Assembleia porque as rubricas já estariam abertas no orçamento”, aponta.
Por outro lado, o eleito pelo PSD (que, apesar de lhe ter sido retirada a confiança política pelo PSD Almada, se mantém no cargo), discorda ainda da tabela de taxas e licenças da Junta de Freguesia, que considera “abusiva e exagerada”. Por estes motivos, a formação diz estar preparada para que “o ano de 2024 seja gerido com duodécimos. Se o PS não aceitar mudar de rumo, continuaremos a votar contra os orçamentos”, conclui.
Executivo admite apresentar nova proposta
O Executivo da Caparica e Trafaria não pretende, contudo, fazer no próximo ano uma gestão em duodécimos, disse ao ALMADENSE Sandra Chaíça, presidente da União de Freguesias, por entender que esta “provoca inúmeros constrangimentos na governação, nomeadamente a impossibilidade da contratação externa de serviços para a atividade de coveiro, aos fins de semana, impossibilitando a realização de funerais, a aquisição dos materiais de manutenção e limpeza para as escolas, que ocorre no início do ano civil”.
Por este motivo, o PS da Caparica e Trafaria adianta estar a “ponderar a realização de uma nova proposta de orçamento que consiga, de alguma forma, atender às expectativas da Assembleia de Freguesia e da população”, acrescenta Sandra Chaíça.
Sobre a rejeição do documento pela oposição, a presidente da União de Freguesias adianta que “o atual executivo considerava estarem reunidas as condições para a aprovação do mesmo”. A autarca entende que foram justificadas, durante a assembleia, “todas as dúvidas apresentadas pelos diversos partidos, com exceção do partido Chega e PSD que não apresentaram dúvidas, nem propostas sérias que fossem da competência de uma junta de freguesia e a pensar na população”. Relativamente à posição tomada pela CDU, “há a realçar o acréscimo de responsabilidade por parte de uma força política que governou o território nas últimas décadas, estando completamente ciente das dificuldades que se apresentam com a reprovação deste orçamento”, expressa.
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