Medida foi concebida para ajudar a libertar camas e garantir mais disponibilidade das equipas clínicas para reforço das escalas.
A Unidade Local de Saúde (ULS) de Almada-Seixal, que inclui o Hospital Garcia de Orta, suspendeu temporariamente a atividade cirúrgica não urgente, numa medida destinada a prevenir a sobrelotação nas enfermarias e evitar a sobrecarga das equipas médicas. A exceção são os doentes oncológicos e as cirurgias consideradas muito urgentes.
A informação foi divulgada esta quarta-feira pelo Diário de Notícias, que adianta que a medida se enquadra no Plano de Saúde Sazonal implementado pela unidade. O objetivo é responder ao aumento da procura dos serviços de saúde devido ao aumento das infeções. A unidade pretende também antecipar-se desta forma ao pico da gripe, que ainda não foi atingido.
A medida, que também já foi aplicada na ULS do Algarve, foi concebida para ajudar a libertar camas e garantir mais disponibilidade das equipas clínicas para reforço das escalas. Segundo o DN, “a procura tem aumentado devido às infeções respiratórias, situação que pode agravar-se com a gripe a crescer”, disse o presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH), Xavier Barreto, para quem, muitas vezes, esta “é a única solução”.
Outro fator que contribui para a pressão no hospital é o elevado número de doentes internados com alta clínica, muitos dos quais aguardam vaga na rede de cuidados continuados. Sobre esta situação, a ULS Almada-Seixal salientou que o problema “continua a causar enorme pressão na urgência”.
Ministra da Saúde rejeita críticas ao plano de inverno
Numa declaração feita na terça-feira, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, recusou as críticas de que o plano de inverno para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) esteja a falhar. Apesar disso, a governante reconheceu que os tempos de espera nos serviços hospitalares são elevados e necessitam de melhorias.