Serviço de urgências de Ginecologia/Obstetrícia na principal unidade de saúde de Almada vai encerrar entre as 20h desta terça-feira e as 8h de quarta-feira.
O serviço de urgências na especialidade de Ginecologia/Obstetrícia do Hospital Garcia de Orta, em Almada, vai encerrar entre as 20h desta terça-feira, dia 14 de junho, e as 8h de quarta-feira, dia 15. A informação foi avançada pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, num comunicado. O serviço de urgências já esteve fechado na semana passada, sendo esta a segunda vez, em duas semanas, que o serviço é encerrado.
“As grávidas devem dirigir-se/serão encaminhadas para outras unidades da rede, nomeadamente para o Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) e para o Centro Hospitalar Barreiro Montijo (CHBM), assim como para as maternidades da cidade de Lisboa que, no referido período, estarão a funcionar com normalidade” pode ler-se no comunicado.
A ARSLVT agradeceu aos profissionais de saúde que, mais uma vez vão “assegurar a prestação de cuidados pelo esforço adicional” e apelou à “compreensão dos utentes”, lamentando o “constrangimento”. Também chamou à atenção de que “nos próximos dias, poderão ainda existir limitações em alguns hospitais, com desvios da urgência externa de Obstetrícia/Ginecologia para outras unidades da região, que assegurarão a resposta do SNS”.
Enfermeiros alertam para “caos” nas urgências
O presidente do Sindicato dos Enfermeiros alertou hoje, em comunicado, para o “caos” que decorre na Urgência do Hospital Garcia da Orta, avisando também que a situação pode piorar nos próximos dias. Pedro Costa denunciou as condições em que os enfermeiros trabalham, afirmando que “de um total de 76 enfermeiros ao serviço na Urgência, 24 têm limitações várias ao nível do cumprimento integral do horário de trabalho” e que os profissionais “chegam a ter a seu cuidado cerca de 30 doentes”.
O dirigente indicou ainda que a situação atual já se “arrasta há vários meses”, mas que se tem agravado devido às férias dos profissionais. “A solução não pode passar por os enfermeiros abdicarem das suas férias, do seu descanso em família”, referiu o representante em comunicado, dizendo também que é essencial “contratar mais enfermeiros, preencher as escalas em vez de contar com a boa vontade dos profissionais de saúde”.
De acordo com Pedro Costa, os profissionais que realizam o seu serviço no hospital de Almada viram-se obrigados a recusar a realização de trabalho suplementar programado devido a “cansaço”, mas também porque era uma medida “ilegal”. As queixas dos enfermeiros perante as condições de serviço não são recentes, em dezembro do ano passado 65 enfermeiros entregaram uma Declaração de Exclusão de Responsabilidade face ao desajuste das necessidades do serviço.
No mesmo mês, 76 enfermeiros do serviço de Urgência Geral realizaram um pedido de transferência coletiva. Durante esse período, o serviço só foi assegurado graças às “mais de 1600 horas extraordinárias mensais”, revelou o sindicalista.
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