Ministra da Saúde anunciou no Parlamento que vai abrir concurso público para o centro materno-infantil na península de Setúbal em 2026. Por agora, o Hospital Garcia de Orta dará resposta à região.
O Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada, vai funcionar como urgência regional de Ginecologia e Obstetrícia para a península de Setúbal. O Hospital de São Bernardo, em Setúbal, estará aberto sobretudo para as grávidas encaminhadas pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), e de forma a dar resposta às grávidas do litoral alentejano. O anúncio foi feito pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, durante a audição na Comissão de Saúde da Assembleia da República, que decorreu esta quarta-feira, 17 de setembro.
A ministra apresentou as contas sobre o número de profissionais necessários: “Vamos precisar de sete equipas completas para o Hospital Garcia de Orta e três equipas de prestação de serviço. Temos de encontrar um modelo com mais compromissos e suplementos remuneratórios associados à mobilidade destes profissionais”, afirmou Ana Paula Martins, citada pelo Público.
Para um hospital como o HGO, com uma média de 3.000 partos por ano, a Ordem dos Médicos estabelece como recursos humanos mínimos cinco especialistas em presença física (podendo um deles ser um interno e outro um interno da especialidade). Nas contas da ministra, seriam precisos mais 30 médicos para manter as urgências obstétricas de Almada e Setúbal abertas.
Sobre os sete profissionais que se tinham “comprometido” a vir para o HGO, dois entraram, três desistiram porque lhes vão pagar mais noutro sítio e outros dois estão em período de reflexão, informou a ministra.
Importa lembrar que as urgências de Ginecologia e Obstetrícia estiveram encerradas este fim de semana, apesar da promessa feita pela ministra de que a partir de setembro estariam sempre abertas.
A concentração dos partos na maternidade do HGO é, no entanto, uma medida temporária, segundo Ana Paula Martins. Em 2026, será lançado um concurso público para a criação do centro materno-infantil na península de Setúbal, que servirá a região 24 horas por dia.
“A infraestrutura HGO, com dez salas de parto, 31 camas puerpério e 15 de neonatologia não é suficiente para o que se prevê para a península de Setúbal em termos de crescimento. Vamos avançar em 2026 para o centro materno-infantil, que viverá dentro do perímetro do HGO. É a única maneira de concentrar recursos, não desativando serviços essenciais noutros hospitais”, anunciou a ministra da Saúde.
Urgência de Obstetrícia do Garcia de Orta reabriu, mas ainda faltam médicos para assegurar escalas





