António Matos, vereador da CDU na Câmara Municipal de Almada
Hoje é dia do 20° aniversário do Museu da Cidade. A Câmara Municipal não o assinala, nada diz sobre os 20 anos de um dos seus museus, um dos mais prestigiados da região. Compreende-se?
A 1 de novembro de 2003 —faz hoje 20 anos— era inaugurado o Museu da Cidade, em Almada. A cidade passava a contar com uma unidade museológica que focava a história contemporânea do concelho, e valorizava a ação individual e coletiva dos almadenses.
O conceito e o discurso museológicos situavam-se no plano dos mais avançados até então prosseguimos por este tipo de museus e foi gizado depois de uma visita de trabalho a alguns dos mais interessantes museus europeus, no sentido de lá fora recolher as melhores experiência neste âmbito. Sobretudo dos Museus de Barcelona trouxemos algumas das melhores experiências que nos foi dado conhecer.
A equipa de conceção do museu foi coordenada por Ângela Luzia, a quem sobretudo se deve o elevado nível desta unidade museológica.
A equipa veio a integrar um conjunto de técnicos de elevada craveira, de que destaco Ana Sofia Costa, José Julião, integrando mais tarde a Dra. Margarida Nunes, e contou, desde a primeira hora, com um serviço educativo responsável por um excecional trabalho com as escolas de Almada, a Guilhermina, o João Valente, a Eurídice, entre outros.
Os arquitetos Vítor Mestre e Sofia Aleixo foram os autores do projeto.
As exposições temporárias deste Museu percorreram inúmeras dimensões da vida coletiva almadense e contaram sempre com contributos de muitos cidadãos almadenses, conhecedores das matérias abordadas.
A valorização, as histórias de vida, os movimentos coletivos de gerações de almadenses eram objeto de ampla referência e divulgação, com o recurso a registos fotográficos e videográficos que perpetuavam o mais profundo da nossa dimensão como povo.
Esses registos fazem parte do acervo documental do Museu da Cidade, sendo de destacar um arquivo oral, onde se incluíam centenas de horas de gravação de histórias de vida de insígnes almadenses de todo o concelho.
Como aconteceu com todos os dirigentes responsáveis pela obra cultural desenvolvida em Almada e que grangeou reconhecimento nacional e internacional, o dirigente municipal —Luís Pequito Antunes— responsável pela Divisão dos Museus foi “removido” pela atual administração municipal, que, para o substituir, trouxe de fora outro dirigente.
São mudanças “legalmente” legítimas, embora não determinadas por critérios de competência profissional, o que se lamenta.
O Museu da Cidade continua a apresentar excelentes exposições, da responsabilidade de competentes equipas técnicas, em se incluem os membros da equipa com que o museu arrancou, há 20 anos.
Hoje é dia do 20° aniversário do Museu da Cidade. A Câmara Municipal não o assinala, nada diz sobre os 20 anos de um dos seus museus, um dos mais prestigiados da região. Compreende-se?
https://almadense.sapo.pt/opiniao/teatro-municipal-joaquim-benite-18-anos-ao-servico-do-teatro-e-da-cultura-em-portugal/