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Expansão do metro vai criar novos interfaces de transportes na Costa da Caparica e na Trafaria

Traçado de 7 quilómetros prevê a criação de uma Estação Central na Costa da Caparica e um novo terminal intermodal na Trafaria. Poderá ainda incluir uma ligação ao Transpraia.

 

A expansão do Metro Sul do Tejo vai criar dois novos interfaces de transportes — um na Estação Central da Costa da Caparica e outro no terminal fluvial da Trafaria. Pensada como polo de mobilidade da região, a estação central da Costa será construída no terreno baldio situado no final do IC20. Para essa zona será transferido o terminal rodoviário atualmente situado junto à Torre das Argolas, prevendo-se igualmente uma interligação com o futuro Transpraia.

O traçado em direção à Trafaria deverá passar pela Avenida Afonso de Albuquerque, que terá três estações (no Parque Urbano da Costa, Santo António e São João). “Queremos manter o caráter urbano da avenida e, ao mesmo tempo, retirar transporte individual deste local”, explicou Paulo Pais, arquiteto da Câmara Municipal de Almada e membro da comissão técnica que está a desenvolver o projeto.

Anunciado há quase 20 anos (desde o lançamento da primeira fase do metro de superfície) o projeto de expansão da linha 3 foi esta segunda-feira, dia 10 de fevereiro, apresentado na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova, no Monte de Caparica, numa sessão aberta ao público em que o pequeno auditório da Uninova, no campus universitário não foi suficiente para acolher a afluência das pessoas que marcaram presença no evento. O projeto ainda se encontra numa fase embrionária, mas nesta sessão os trabalhos foram já abertos à comunidade, que pôde colocar questões aos responsáveis pela gestão do projeto, bem como ao grupo técnico de trabalho responsável pela elaboração do estudo prévio para a execução da obra.

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Mobilidade e sustentabilidade, ainda sem prazo definido

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Centenas de pessoas assistiram à apresentação do projeto na FCT. Bruno Marreiros / Almadense

Em curso desde o verão do ano passado, o Estudo Prévio tem conclusão prevista para o final de 2026. Prevê-se a ligação da estação da Universidade, onde termina o atual traçado da linha 3, à Costa da Caparica e à Trafaria, numa extensão que deverá acrescentar ao metro de superfície 10 estações em 7 quilómetros — Pêra, Várzea de Pêra (com ligação ao Funchalinho), Centro da Costa da Caparica, Parque Urbano da Costa da Caparica, Santo António, São João, São Pedro, Madame Faber/Matas Nacionais, Bombeiros Voluntários da Trafaria e Estação Fluvial da Trafaria. No total, espera-se que o novo percurso possa efetuar-se em 19 minutos.

Neste momento, a proposta é apenas um esboço, estando sujeita a alterações ao longo das próximas fases do projeto e à medida que as populações vão sendo auscultadas. Para este efeito, estão programadas duas sessões adicionais de esclarecimentos com as comunidades locais, a realizarem-se nos dias 20 (Casino da Trafaria) e 21 de fevereiro (Inatel da Costa da Caparica).

Ao longo da apresentação, várias entidades fizeram questão de salientar que, mais do que um projeto local, o plano de expansão insere-se numa “lógica regional” com toda a área metropolitana, em linha com outras obras previstas, como a expansão do Metro de Lisboa e a construção de um novo terminal fluvial na Trafaria.

“Este é um projeto estruturante para o nosso objetivo de fomentar a mobilidade sustentável em toda a AML”, elencou Faustino Gomes, presidente do conselho de administração da Transportes Metropolitanos de Lisboa, que participa juntamente com o Metropolitano de Lisboa e a Câmara de Almada na gestão do projeto.

Também a autarca Inês de Medeiros salientou a lógica regional do projeto, em particular “a importância de ligar os terminais fluviais de Cacilhas e da Trafaria” por intermédio do novo traçado, num projeto que pretende promover uma maior coesão e ordenamento do território. Em causa está também cumprir as metas ambientais traçadas pela União Europeia, em particular o objetivo a longo prazo de atingir a neutralidade carbónica até 2050. Razão pela qual o prolongamento da linha 3 se quer como “uma alternativa rápida, eficiente e ecológica” ao transporte particular, como sublinhou a vogal do Conselho de Administração do Metro de Lisboa, Maria Helena Campos.

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Inês de Medeiros e José Júlio Alferes marcaram presença na apresentação. Bruno Marreiros / Almadense

Nesta fase, ainda estão por concluir os estudos de tráfego e de impacto ambiental (esta última trará nova consulta pública, prevista por lei), que permitirão responder a alguns dos desafios logísticos da infraestrutura prevista. Por este motivo, algumas das questões colocadas pelo público não tiveram resposta definitiva.

Os membros da equipa a cargo da elaboração do estudo prévio asseguraram, ainda assim, que várias das principais preocupações da população, como o ruído, a acessibilidade e a potencial descaracterização de áreas urbanas como a Avenida Afonso de Albuquerque, na Costa da Caprica, estão a ser acautelados, até para evitar os “erros” cometidos durante a construção do primeiro traçado, inaugurado em 2007.

Prevê-se, ainda, que sejam construídas vias pedonais e cicláveis ao longo do traçado do metro. O objetivo, dizem os responsáveis, passa por ligar o Parque da Paz às Terras da Costa num corredor verde, de forma a promover a coesão e o ordenamento do território.

Para o futuro foram também remetidas questões sobre prazos para a conclusão da obra. “O senhor ministro das Infraestruturas disse que virá à última sessão, é uma boa questão para lhe colocarmos”, disse Inês de Medeiros. A presidente da Câmara de Almada recordou, contudo, que a linha de financiamento do Estado prevista para alavancar a obra está disponível até 2029.

 

Expansão do metro “traz melhorias” à freguesia diz presidente da Junta

Para já, fica a intenção de repensar a mobilidade sustentável desta zona do concelho de Almada. Ao ALMADENSE, o Presidente da Junta de Freguesia da Costa, José Ricardo Martins, afirma que, tudo somado, a população sairá a ganhar. “Acho que este projeto traz mais melhorias para a população do que impacto negativo. Só o tempo que uma pessoa trabalhadora vai ganhar. Saindo de São João da Caparica, está em Lisboa em cerca de 30 minutos”, diz o autarca, que salienta ainda o impacto ambiental positivo do projeto.

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Ainda assim, continua, reconhece que há desafios no horizonte que terão de ser confrontados. “Vamos ter de redesenhar a Afonso de Albuquerque, perceber qual vai ser o traçado, que ainda não está definido”.

José Ricardo Martins afiança, contudo, que estas questões estão a ser acauteladas e foram colocadas na apresentação prévia. Realçando a natureza provisória do projeto, o presidente da junta diz ainda que a participação pública é fundamental para melhor enfrentar estas questões. “O projeto vai ser entregue em dezembro de 2026. Até lá pode haver mudanças” realça. O importante agora é avançar com o trabalho o mais cedo possível. “Tenho 65 anos e ainda quero andar de metro na Costa da Caparica”, afirma o autarca.

 

Inaugurada requalificação da Avenida do Mar, em Almada

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5 Comentários

  1. No início do artigo referem Quinta de São João e Quinta de Santo António, contudo não são essas as designações que constam na apresentação, como adiante se refere. Além disso não existe a localidade Quinta de São João mas sim São João da Caparica.

    Quanto ao Centro da freguesia de Caparica, como saberá, e como consta no site da Câmara a propósito deste projecto, a designação correcta é Monte “de Caparica”, apesar da discordância dos editores.

  2. Este projeto, já previsto há alguns anos e adiado frequentemente face aos interesses particulares e políticos, vem finalmente dar resposta cabal à população da Costa e arredores. É de extrema importância, uma vez que vai impulsionar o turismo, a economia e também a especulação, infelizmente. A bem da população e em nome pessoal – obrigado. Por fim, não queria deixar de agradecer à política desta edilidade que está atenta aos acessos, vide IC20.
    José Silva

  3. Eu moro junto à estação do Pragal e acho benéfico para o concelho, mas principalmente para a população que este projeto saia finalmente do papel, não só pela questão de quem usa o metro para ir trabalhar mas também a lazer. A Costa nem tanto, mas a Trafaria parece um lugar que parou no tempo. Mas sabendo como são as obras para serem feitas em Portugal, imagino que lá para 2035 esteja concluído. Estive na construção da Expo 98 e recordo-me tão bem dos atrasos que a Ponte Vasco da Gama levou por causa de uns pássaros que iam comer nas margens do lado do Montijo. Os ambientalistas que ainda hoje se vão manifestar contra qualquer coisa que é feita, mas vão nos seus grandes Mercedes e Audis a gasolina, e não eléctricos.

  4. Tivemos ontem na apresentação do projecto na Trafaria. E a grande maioria da população ficou imensamente assustada.
    Não houve um estudo de impacto social e ambiental. Em nenhuma das outras localidades o metro entra pela vila adentro e descaracteriza o espaço.
    O metro está “desenhado” para ficar rente às casas e a ligação à estação fluvial directa serve somente para impactar negativamente os seus moradores. Já para não falar das expropriações que devem fazer.

    O metro é bem vindo à trafaria, mas não precisa de entrar pela vila adentro, descaracterizar a mesma e ser um cancro na vida dos seus moradores para servir simplemente quem cá vem de passagem no verão.

    Se não estiverem a pensar vender o antigo batalhão da trafaria para se fazer mais um hotel, podem utilizar esta zona e as traseiras dos bombeiros para fazer aí o terminal da Trafaria e completar a ligação entre o cais e o novo metro com um shuttle, de acordo com os horários de ambos os transportes.

    Tragam o progresso a Trafaria, mas não nos passem por cima.

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