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Luís Palma, candidato da CDU a Almada: “Executámos uma obra muito mais vasta do que o PS”

AUTÁRQUICAS 2025

“Prometeu e não cumpriu”: é assim que o cabeça de lista da CDU avalia a governação socialista em Almada, deixando críticas às políticas de habitação, espaço público e transportes. Em entrevista ao ALMADENSE, Luís Palma aponta como prioridades a higiene urbana, os centros de saúde ou o apoio ao movimento associativo. “Confiante” na vitória, não adianta possíveis acordos de governação local.

 

Em 2021, a CDU avançou em Almada com Maria das Dores Meira, na altura tida como uma aposta forte, mas cujo resultado acabou por não corresponder às expectativas. Este ano, a escolha recaiu sobre alguém “de dentro”, com um passado político ligado ao município. É uma assunção de que, há quatro anos, podem ter cometido um erro ao apresentar uma pessoa “de fora” e agora estão a inverter essa estratégia?

Tal como há quatro anos, esta foi a escolha dos militantes do PCP e dos outros partidos que constituem a Coligação Democrática Unitária: o Partido Ecologista Os Verdes e a Associação Intervenção Democrática. Não é uma candidatura unipessoal, é uma candidatura de um grande coletivo onde estão muitos homens e mulheres com experiência e que integram as listas da CDU aos órgãos do concelho. O processo deste ano foi idêntico ao de há quatro anos.

Mas o seu percurso pesou na decisão? Considera uma mais valia, até face a outros candidatos, o facto de ter o seu percurso ligado ao município de Almada?

São dados factuais: nasci em Almada, fui eleito há 12 anos para a Junta de Freguesia de Laranjeiro e Feijó, com uma população e movimento associativo consideráveis… terão os seus contributos, mas a conjuntura atual também é outra. Teve alguma influência, mas não será o principal fator.

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Ainda que não seja uma candidatura unipessoal, que qualidades é que o Luís Palma tem que lhe permitem fazer aquilo que a CDU não conseguiu nas duas últimas eleições: reconquistar a Câmara Municipal?

As qualidades individuais de cada um de nós resultam quando estão ao serviço das populações e do coletivo que representamos. É importante ter nascido em Almada, mas mais importante ainda é ter conhecimento do concelho e ter uma experiência de autarca que não se resume a 12 anos de Junta de Freguesia. Anteriormente já tinha tido outras tarefas. A nova realidade da união de freguesias permitiu-me contactar muita gente, estabelecer conhecimento e realizar muito trabalho. Do ponto de vista individual, essa é a principal mais valia, para além da motivação em desenvolver e recuperar o projeto autárquico da CDU para Almada, depois de oito anos de oportunidade perdidas no concelho.

Olhando para as suas funções mais recentes, que lições é que um presidente de junta pode retirar desse percurso local que pode aplicar à frente de uma autarquia como Almada?

Sobretudo o conhecimento que temos, a aprendizagem que fazemos e a confiança que estabelecemos com os diversos agentes com os quais trabalhamos diariamente. Saber as necessidades dos trabalhadores, das escolas e das populações em áreas que, não sendo de competência direta da freguesia ou da câmara, nos permite ser parte ativa dessa reivindicação. Dou-lhe o exemplo da luta que encabeçámos com as corporações e as comissões de utentes, e que envolveu também o nosso movimento associativo e a comunidade escolar, que sentiu que era importante recolher assinaturas para exigir em Assembleia da República, como aconteceu, a tão urgente construção do Centro de Saúde do Feijó que, lamentavelmente, este executivo municipal, na sua inoperância, ainda não executou. Por outro lado, deixe-me dizer que comparar os primeiros quatro anos de gestão da CDU com estes últimos oito, em que por muito que tentássemos articular com a Câmara Municipal, não se melhorou a qualidade do espaço público, não se recuperaram escolas na nossa freguesia, não houve apoio ao movimento associativo e solidário… fomos nós enquanto Junta de Freguesia que procurámos colmatar essas necessidades.

Sabendo que umas eleições autárquicas têm sempre as suas particularidades, a verdade é que a conjuntura política nacional tem demonstrado uma trajetória descendente para a CDU. A expressão de voto tem diminuído a cada eleição. Acredita que é possível inverter essa tendência?

Ao longo da nossa história democrática já vivemos diferentes cenários. Já tivemos resultados em legislativas onde descemos — posso lembrar as eleições de 2009, em que com uma diferença de 15 dias, o PS vence em Almada para as legislativas mas, nas autárquicas, a CDU mantém-se na câmara e nas freguesias. Não são situações comparáveis. Estamos muito confiantes em todo este processo. Como disse, as autárquicas são diferentes e, no dia 12 de outubro, acreditamos que a população de Almada vai confiar no projeto da CDU.

O projeto que a CDU desenvolveu neste concelho durante cerca de 40 anos tinha obras constantes, fez com que Almada crescesse e se desenvolvesse, que estivesse nos primeiros lugares dos rankings autárquicos nacionais. Hoje isso não acontece.

Mas esta tendência não é só nacional. Estende-se ao nível local, até às próprias freguesias — a do Laranjeiro e Feijó é, aliás, o “último reduto” da CDU em Almada. Teme que isso se possa acentuar?

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A conjuntura atual é diferente da de 2021, não podemos comparar. Podemos perceber o porquê daqueles resultados e essa análise está feita. Hoje a situação é outra. Sentimos um descontentamento por parte das populações, que não estão disponíveis para confiar no projeto de alguém que prometeu e não cumpriu. O projeto que a CDU desenvolveu neste concelho durante cerca de 40 anos tinha obras constantes, fez com que Almada crescesse e se desenvolvesse, que estivesse nos primeiros lugares dos rankings autárquicos nacionais. Hoje isso não acontece.

Uma das novidades este ano é a muito provável entrada do Chega no quadro autárquico. Que avaliação faz a CDU desta possibilidade? Acreditam que pode baralhar as contas “tradicionais” do município, que em termos históricos sempre votou mais à esquerda?

Esse partido é uma interrogação do ponto de vista autárquico. Não lhes reconhecemos qualquer experiência nem validade em termos autárquicos, sobretudo pela experiência que tivemos na freguesia, com a eleição de um membro dessa força política na Assembleia de Freguesia. Não tiveram uma posição construtiva, na generalidade das freguesias e municípios onde se apresentam não têm trabalho de proximidade e de construção em conjunto com as outras forças políticas. Cremos que será uma surpresa, e esperemos que as populações estejam atentas e não desperdicem o direito de voto nestas forças políticas, que apenas incentivam o ódio, as más relações e o conflito, que não têm uma visão construtiva.

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O candidato Luís Palma durante a entrevista. Foto: Bruno Marreiros / Almadense

Olhando para os últimos mandatos do PS, apoiado pelo PSD, que avaliação faz a CDU? Já falou de promessas por cumprir, inoperância…

Se se comparar os oito anos deste executivo com quaisquer oito anos aleatórios do projeto CDU, qualquer um reconhece que executámos uma obra muito mais vasta do que o Partido Socialista. Prometeu e não cumpriu. Teve uma oportunidade, inclusive, com um Governo central do PS e em que dizia que era preciso termos a câmara e juntas de freguesia da mesma cor política para que tudo pudesse ser desenvolvido de forma mais célere e eficaz, e isto não aconteceu. Penso que é um aspecto muito negativo e que deixa o Partido Socialista numa situação muito difícil do ponto de vista político. Cabe agora às populações, e a nós com as propostas que apresentamos, que resultam da auscultação que fizemos com as populações, escolher essa alternativa, contrariando aquilo que o PS não executou neste município: desperdiçou oportunidades ao nível da habitação, da melhoria do espaço público, descuidou aquilo que está na esfera pública e que é da sua competência, não apoiou as juntas de freguesia de forma igual, não respondeu aos apelos das populações, teve conflitos permanentes em áreas territoriais do concelho, não avançou com a revisão do Plano Diretor Municipal, não deu oportunidade a empresários para que pudessem investir no concelho, não esteve ao lado das populações aquando do desenho para a rede de transporte rodoviário e da questão do traçado do metro até à Costa da Caparica e Trafaria, não temos barcos elétricos a circular no Tejo e não houve pressão da câmara para com a Transtejo… Há graves falhas do ponto de vista político, e é isso que a CDU se propõe a contrariar, retomando a lógica de investimento e de relação com as pessoas.

Antes de abordarmos algumas dessas questões, que áreas considera como mais importantes? Imaginando que a CDU ganha a câmara, que questões prioritárias procuraria começar a solucionar nos primeiros 90 dias?

Em 90 dias não lhe digo que consigamos fazer tudo. Sabemos da grande necessidade que há ao nível da higiene e limpeza da cidade, é uma grande preocupação que temos e que está perfeitamente identificada e temos muito para melhorar — reforçar as equipas que têm esta responsabilidade a nível municipal, os trabalhadores, dar-lhes as condições que não têm, valorizar as suas carreiras e motivá-los. Não vai ser em 90 dias, mas queremos dar um grande sinal da nossa disponibilidade. Há também tudo aquilo que está por fazer nos equipamentos públicos, na reabilitação de escolas, na construção de centros de saúde e na reabilitação dos existentes. Temos também um movimento associativo forte e que necessita de bastante apoio. Temos de corresponder às suas ambições, aos seus projetos e no reforço do seu desenvolvimento e trabalho permanente. Depois há a questão da habitação. Embora seja responsabilidade do Estado central, queremos ser um parceiro ativo e desenvolver uma Estratégia Local de Habitação que seja adequada, que seja revista com todas as equipas técnicas e com todos aqueles que residem em zonas vulneráveis do concelho.

Nunca devíamos ter deixado que a Amarsul passasse para a esfera privada.

Mencionou a questão da higiene urbana. Este assunto foi recentemente sinalizado pela própria presidente da Câmara, Inês de Medeiros que, no discurso de apresentação de candidatura, defendeu a nacionalização da Amarsul. Acompanham?

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Dá vontade de usar a expressão “bem-vindos ao clube”. Nunca devíamos ter deixado que a Amarsul passasse para a esfera privada, há muito que o dizemos e defendemos também que os municípios devem ter um papel na gestão da empresa. Podemos chamar a nós essa responsabilidade tal como já o fizemos noutras áreas. Mas desculparmo-nos com a Amarsul, que atua sobretudo ao nível dos materiais reciclados, enquanto a câmara tem competências vastíssimas noutras áreas da higiene urbana, é uma desculpa de mau pagador e de quem se demitiu ao longo de oito anos de todas as responsabilidades. Nomeadamente ao nível do espaço público, que está como verificamos.

Sobre a habitação, já tem dito que é uma competência do Estado central. Ainda assim, de que forma pode a autarquia ter um papel de influência e de intervenção no problema?

A autarquia tem um parque habitacional seu que tem de reabilitar, isso está na sua esfera de competência. Tudo o resto são necessidades identificadas, e outras que terão de ser revistas e articuladas com o Estado. Esse trabalho tem de ser devidamente financiado e acordado entre as partes. Depois temos outro domínio, que são as cooperativas de habitação, que estão disponíveis no nosso concelho para avançar e que precisam de apoio e de um parceiro estratégico, que naturalmente é aquele que está mais próximo, que é o município. Podemos identificar terrenos onde se possa construir e dar dignidade humana a todos aqueles que necessitam de alojamento.

As construções ilegais têm proliferado nos últimos anos em Almada. Em casos mais gritantes, como o Penajóia ou o Raposo, de que forma é que a autarquia podia responder às necessidades daquelas populações, sem deixar que estes bairros continuem a crescer?

Lamentamos que aquele bairro tenha crescido. Conhecemos aquela situação em diferentes fases. Para nós, há uma questão à qual temos de ser sensíveis, que é a questão humana. Há uma necessidade de habitação para aquelas populações, é por isso que aquela realidade hoje existe. Temos de lhes dar condições, o município e o Estado central têm de procurar uma solução digna para aquelas famílias. Situações como estas, e outras que possam surgir, têm de ser acompanhadas desde o início, tem de haver um esforço de todos. Não nos podemos esquecer que aquelas famílias estão integradas, têm crianças nas nossas escolas, jovens que estudam nas universidades, são pessoas que trabalham. Estamos hoje numa situação em que famílias da dita classe média estão a passar dificuldades. Uma pessoa para chegar àquele ponto é porque tem mesmo bastantes necessidades.

Acha que o atual executivo podia ter feito mais do que fez nestes últimos anos? Não está a fazer tudo o que pode, tendo em conta que é uma competência do Estado central?

O problema deste executivo tem sido comum: sempre que há problemas, mesmo que sejam da sua esfera de competências, passam a culpa para outros. Tiveram um governo da sua cor política e não avançaram na construção de fogos que prometeram e não cumpriram. Depois mascaram os números, dizendo que atribuem casas quando apenas estão a fazer reabilitação de casas que já estão no parque habitacional. Há uma relação de permanente conflito, não existe diálogo entre a câmara e as instituições, há um descartar de responsabilidades. E quem está na gestão de um território como Almada, com o crescimento populacional que está a ter e as necessidades que surgem, tem que dar respostas.

E essa falta de diálogo parte, na sua opinião do atual executivo? A presidente da câmara diria que é a CDU que não coopera, que nunca aprovou um orçamento camarário…

São desculpas de mau pagador, temos de ser sérios. Se a candidata do PS analisasse tudo o que foi feito anteriormente pela gestão CDU, teria muito a aprender connosco. Fizemos mais, com muito menos financiamento, menos programas de realojamento e de investimento, não tivemos um PRR como este município teve. Nunca tivemos um governo da nossa cor política. Não houve possibilidade de avançar? Esteve em silêncio enquanto o governo era do mesmo partido, depois quando mudou já se manifesta? Em nome da honestidade intelectual, acho que essa reflexão é uma que todos devemos fazer. Não nos podem acusar disso, tomámos de forma coerente uma posição relativamente à aprovação de orçamentos, porque a postura do outro lado foi sempre a mesma, nunca houve diálogo. Não é por acaso que o partido que suportava politicamente o executivo, a certa altura, deixou de o fazer. Não é a CDU que o diz, são os factos. E qualquer pessoa em consciência pode analisá-los.

Defendemos que o metro deve chegar até à Costa, mas terá de ser sempre uma solução na qual as pessoas se revejam e que seja tecnicamente possível.

A área dos transportes públicos e da mobilidade é uma grande preocupação dos almadenses. Como planeia a CDU abordar esta problemática em Almada, onde há carências em vários âmbitos?

A questão dos transportes é uma área muito complexa. Queremos caminhar gradualmente para que o passe seja gratuito, que não seja um peso para os cidadãos e para as famílias. É uma luta que sempre fizemos, e lamentamos que outras forças políticas quase venham fazer bandeira desse avanço que foi o Passe Navegante, que foi a CDU e as suas populações que muito lutaram para que se pudesse chegar a esse ponto. À semelhança do que se fez com o transporte rodoviário, devemos ter a ambição de chegar ao transporte fluvial, ao metro ligeiro de superfície e ao ferroviário, que seja uma entidade pública a gerir todos estes transportes. Penso que só com isso conseguimos estabelecer de facto uma promoção efetiva do transporte público, e não aquilo que este executivo ajudou a agravar, que é o uso do transporte individual.

E em relação ao que se passa na Fertagus, às queixas que têm surgido no último ano?

Entendemos que tem de haver um reforço nas composições da Fertagus e continuamos a defender uma estação para Vale Flores, que é uma zona que está em crescimento e sempre fez sentido que existisse, não só para servir o Feijó, mas também para toda a parte da Sobreda e da Charneca. Seria bom poder encontrar condições para que os utentes pudessem ter uma outra alternativa. Agora, também consideramos que enquanto a concessão atual não for devidamente renegociada, por isso será difícil avançar. Temos que aumentar o número de carruagens nas composições e a frequência dos comboios. É o Estado Central que tem essa responsabilidade com o concessionário que existe, por isso as coisas têm de ser articuladas.

Sobre a questão da expansão do metro à Costa da Caparica e Trafaria, sabemos que o traçado proposto tem levantado muitas queixas por parte de muitos moradores. Em primeiro lugar, pergunto-lhe se acompanham o projeto de expansão e, em segundo, que respostas têm para as populações que manifestam preocupação com o traçado?

A lógica foi invertida. Devia estar a ser feito um estudo e depois apresentado um traçado, e aconteceu o contrário. Apresentou-se um traçado após uma “consulta pública”, se quisermos ser simpáticos. Não foi uma verdadeira auscultação às populações, como aliás se verificou pelas reações conclusivas por parte das pessoas, que não aceitam aquele traçado, na Costa da Caparica e na sua extensão até à Trafaria. Defendemos que o metro deve chegar até à Costa, mas terá de ser sempre uma solução na qual as pessoas se revejam e que seja tecnicamente possível. E já percebemos que a Costa tem características muito próprias naquele eixo que nos põe sérias dúvidas que um transporte daquela envergadura se possa deslocar ali. Neste momento, defendemos que as carreiras de transporte rodoviário sejam a solução para quem habita, visita e trabalha na Costa da Caparica, porque de facto há muitas carências, as pessoas não podem estar uma hora à espera de autocarro. Tem de haver carreiras de 15 em 15 minutos, no máximo de meia em meia hora. E depois criar também rotas diretas. Uma ligação direta entre, por exemplo, a Costa da Caparica e o interface do Centro Sul, facilitaria muito as deslocações dos utentes.

E quanto ao Transpraia, que voltou recentemente à ordem do dia? Planeiam apoiar o regresso do comboio da Costa da Caparica?

Sim, estamos a ouvir e a perceber em que medida é que o município poderá apoiar o projeto, mas é algo que queremos que regresse. Para já porque é um bilhete identitário da Costa, conhecido por nós e por quem nos visita, que deve voltar ao ponto onde sempre esteve. E depois para permitir uma maior intermodalidade, que seja um complemento para quem usufrua das nossas praias, até para lá do período de verão. Portanto, sim, o Transpraia terá de fazer parte de qualquer solução, teremos de estar sempre nesse caminho.

É preciso que o ensino secundário seja alargado à Costa da Caparica e É uma necessÁrio construir uma escola nova na Charneca de Caparica

Têm também sido críticos da gestão do parque escolar do município, uma área à qual a CDU tem dado destaque. Que medidas e obras são necessárias?

Não assistimos a uma única obra nestes oito anos. Houve alguma requalificação de equipamentos escolares, que já tinha sido projetada no nosso último mandato, de 2013 a 2017, e que foram concluídas depois de muita pressão da nossa parte, nomeadamente na freguesia que presido — posso dar o exemplo da luta que foi, com a comunidade educativa, para que as coberturas de fibrocimento na Escola da Alembrança e a reabilitação da Escola Maria Rosa Colaço fosse executada. Depois, há um conjunto de responsabilidades que passaram para a esfera do município e que já não são só os jardins de infância e as escolas de primeiro ciclo. É preciso que o ensino secundário seja alargado à Costa da Caparica, é um dos objetivos que temos no nosso programa; a construção de um pavilhão desportivo na Escola Secundária Francisco Simões é outra necessidade que aquela comunidade tem; e entendemos que tem de se construir uma escola nova na Charneca de Caparica, que é a freguesia que mais tem crescido e precisa de equipamentos que correspondam aos seus residentes. Não faz qualquer sentido que os jovens da Charneca tenham de se deslocar para o centro de Almada para ter acesso ao ensino secundário, ou que os da Costa tenham de ir para o Monte.

Já mencionou por várias vezes o movimento associativo, do qual a CDU sempre foi próxima. Sentem que tem havido um afastamento nos últimos anos, acham que é necessário reforçar a capacidade das associações e coletividades?

O nosso movimento associativo tem sido muito maltratado. Por mais que se possa dizer que houve um aumento nos apoios às associações isso não aconteceu, o que acontece é que se misturam lá os valores entregues às associações de pais que trabalham nas escolas, que são um movimento associativo mas com um teor obviamente diferente. Queremos rever o regulamento de apoio ao movimento associativo. Temos que ter uma verdadeira relação de compromisso e garantia com as pessoas que estão de forma voluntária nos movimentos, que desenvolvem a formação musical, teatral, desportiva. No desporto, é preciso estabelecer verdadeiros contratos-programa, que contemplem não só as modalidades e o número de atletas numa determinada formação desportiva, como também na reabilitação e construção de equipamentos e infraestruturas. Os próprios equipamentos públicos, municipais, devem acompanhar este crescimento. Sabemos, porque está referenciado, que há vários clubes em Almada que não ascenderam a outros patamares porque não têm possibilidade de crescimento, não têm pavilhões onde possam treinar. É inibir que atletas possam crescer no nosso concelho, sendo que depois se dá espaço a outros que vêm de fora. Não temos nada contra, achamos até que pode haver aqui uma interação interessante entre coletividades. Mas temos de responder aos clubes de ginástica, atletismo, natação, etc, de Almada. Não houve um único equipamento desportivo construído nos últimos oito anos, e não era essa a prática. No nosso programa eleitoral temos, inclusive, necessidades que temos referenciadas desde 2017 e outras que são novas, com toda a transformação que existe no concelho, e que o movimento associativo tem partilhado connosco.

No dia 13 espero atender muitos telefonemas quando ganhar. Temos um projeto e cá estaremos para o desenvolver.

Olhando para o dia a seguir às eleições, se a CDU não vencer, estariam disponíveis para entendimentos com as forças à esquerda?

Respondo-lhe de outra maneira: no dia 13 espero atender muitos telefonemas quando ganhar. Temos um projeto e cá estaremos para o desenvolver.

Ainda assim, há que admitir todas as possibilidades. Se um entendimento entre as esquerdas for necessário para garantir a estabilidade do executivo, ponderariam fazer parte desse acordo?

Quando a CDU ganhar as eleições, olhará para a correlação de forças que resultarem do ato eleitoral e chegaremos ao entendimento que tivermos de chegar, com as forças políticas que estiverem disponíveis para isso, como já o fizemos noutros momentos, quer em Almada quer noutros concelhos.

Autárquicas 2025: Corrida à Costa da Caparica com novos rostos e dois independentes

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1 Comentário

  1. Graças a vocês, CDU, Almada está o que está !! Um dormitório. Os Comunas deram cabo da cidade. Vejam o que fizeram á Lisnave. Desapareçam. Ajudava a economia da cidade, e outras instalações também encerradas graças aos sindicatos promovidos pela autarquia, na altura. O Cais do Ginjal, está na gaveta (planos). Quem vem de Lisboa tem um bom postal para mostrar. E, mais diria….

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